terça-feira, 1 de janeiro de 2013
The Cake (parte 2)
365 dias, 2 horas, 10 minutos e 32 segundos.
Ele beijou minha outra bochecha, em seguida deslizando os lábios para o canto dos meus, os afastando antes que eu pudesse virar meu rosto e beijá-lo onde eu queria. Grunhi, frustrada, ainda sem abrir os olhos, e Joe riu baixo antes de beijar o outro canto da minha boca.
Ele desceu brevemente para meu queixo antes de subir novamente. Eu sentia sua respiração em meu rosto e sabia que ele estava há menos de um centímetro de distância.
Um segundo depois e não existia mais distância.
No começo eu não conseguia me mover. Os lábios dele haviam capturado os meus em um beijo calmo, exploratório. Como se Joe tivesse medo de que, se não agisse com cautela, eu sairia correndo. Isso depois de praticamente me implorar para que eu não o deixasse me beijar.
Mas quando ele sugou meu lábio inferior delicadamente, o mordiscando em seguida, eu perdi o controle.
Minhas mãos encontraram os cabelos dele e eu o puxei, com força, lançando meus lábios contra os dele com uma fúria que eu não sabia existir dentro de mim. Pude ouvir a exclamação surpresa e abafada de Joe, mas ele não protestou. Muito pelo contrário.
Suas mãos não perderam tempo antes de agarrar minha cintura, me puxando de encontro a si de súbito, fazendo com que dessa vez fosse eu quem exclamava surpresa contra seus lábios. Minhas mãos se firmaram com mais força em seus cabelos, meu corpo precisando de suporte já que o mundo girava ao meu redor.
Línguas não demoraram a entrar na batalha por controle, acariciando, experimentando. Eu não podia combater os gemidos que reverberavam por minha garganta a cada movimento dele, e isso apenas parecia incentivá-lo mais. Céus, ele sabia beijar. Melhor ainda, sabia me beijar. Eu nunca havia acreditado no tal “beijo perfeito”, mas Joe estava mudando meus conceitos. Ele sabia exatamente onde tocar, quanta pressão aplicar para me deixar trêmula. Meu corpo era uma fogueira, meu coração uma bateria e meus pensamentos uma massa confusa de desejo e desespero.
Eu era incapaz de afirmar com certeza quanto tempo se passou até que a irritante necessidade de ar voltou a se fazer presente. Ele quebrou o contato de nossos lábios e minhas mãos escorregaram para a frente de sua camisa, segurando o material com força em meus punhos enquanto eu lutava para acalmar minha respiração, meus olhos ainda fechados e minha cabeça um pouco abaixada. Senti a testa de Joe se encostar ao topo da minha cabeça, sua respiração tão louca quanto a minha.
Eu ergui minha cabeça quando finalmente recuperei o controle sobre meu próprio corpo. Joe colocou uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha antes de quebrar o silêncio.
- E agora? – ele perguntou, em tom suave, e eu entendi que essa era a minha deixa. E agora? Joe estava me dando um ultimato. Ou eu fugia ou eu o deixava continuar. Julgando pela outra mão dele, que agora acariciava meu quadril, eu sabia que ele não queria mais que eu o impedisse. Não, eu já deixara as coisas irem longe demais. Joe não queria mais que eu fosse forte. Queria que eu me rendesse.
E foi então que o medo, sentimento que sempre me impediu de fazer o que eu queria, me dominou. Se eu continuasse ali, minha relação com Joe mudaria para sempre. Mas a quem eu estou tentando enganar? Já havia mudado. Continuar ali só tornaria tudo mais definitivo. Se eu deixasse as coisas evoluírem, não poderíamos voltar atrás e fingir que nada disso aconteceu.
Meus olhos encontraram a mesinha em frente a poltrona que eu havia ocupado minutos antes. Ao lado da revista que eu ali abandonara, estava um porta-retrato. Eu, Joe, a mãe dele e meu pai. A típica foto de família. Porque querendo ou não, era isso que, para o mundo, Joe era em relação a mim. Família. Meu meio-irmão. O que estávamos fazendo era algo que chocaria muita gente.
Que chocaria nossos pais...
Eu estava há um passo de conseguir o que eu queria há um ano. E estava pronta para dar para trás.
- O que você vai fazer agora, Demi? – ele perguntou novamente, de forma sedutora. Seu tom de voz me instigava a me jogar naquele último salto... Me garantia que ele estaria lá para me pegar quando eu caísse. Mas o receio já me dominara, de forma que a minha resposta o surpreendeu como nada mais poderia.
- Um bolo! – eu exclamei a primeira idiotice que passou por minha mente, aproveitando a confusão dele para me afastar em direção à mesinha.
- Você... Ahn... O quê? – ele perguntou, me encarando como se eu tivesse duas cabeças. Aquela provavelmente era a última coisa no mundo que ele esperava ouvir e eu não podia culpá-lo por achar que eu era retardada. Eu provavelmente era mesmo. Não fazia idéia do porquê havia falado aquilo. O pânico tomara conta de mim e eu só havia pensado em fugir. Fugir do que eu queria por medo. Havia feito isso minha vida inteira, por que mudaria agora?
- Bolo. – eu respondi, pegando a revista que ainda estava aberta na receita e gesticulando com ela – Pro aniversário. Dos nossos pais. Bolo... É. – eu balbuciei, em seguida disparando para a cozinha.
Era como se eu não dominasse mais minhas próprias ações. Meu corpo de repente entrara em piloto automático e eu me vi revirando a cozinha em busca de ingredientes. Quando eu achei aquela receita, havia pensado na possibilidade só por pensar mesmo. Como quando a gente passa por uma vitrine e vê um sapato bonito, mas não maravilhoso, e pensa em comprá-lo mesmo sabendo que não vai fazer isso. Só... Pensa. Mas pelo visto a idéia do bolo havia ficado em meu subconsciente, reaparecendo quando eu precisava de uma distração. E agora toda minha atenção estava voltada para aquele bolo, e eu não sabia nem porquê. Acho que eu só precisava fazer alguma coisa. Qualquer coisa.
Eu olhei rapidamente para a receita. Parecia um bolo comum de chocolate, feito com aquelas massas que vendem prontas. Só depois de assado é que a receita ficava diferente, graças à cobertura. Por sorte, nós tínhamos massa de bolo em um dos armários da cozinha, assim como todos os outros ingredientes. Eu deixei a revista sobre a mesa da cozinha e parti em busca de panelas e tigelas para misturar os ingredientes. Colocando tudo sobre a mesa, eu me pus a checar os primeiros passos da receita.
- Você ao menos sabe fazer um bolo? – a voz de Joe, ridiculamente próxima do meu ouvido, me sobressaltou. Eu estava tentando tanto me concentrar no tal bolo que nem ao menos o escutei entrando na cozinha.
Graças a minha reação de susto, me vi pressionada contra o peito dele, a evidência de seu desejo despertado por nossa escapada momentos antes agora firmemente pressionada contra mim por trás. O momento de contato foi elétrico, e eu me vi paralisada, presa ali por uma força invisível. Meu coração batia forte, minhas pernas tremiam e aquele calor ao sul do meu corpo se renovou. Minha respiração voltou a acelerar enquanto eu me via sendo puxada de volta para aquilo... Aquele imã entre eu e Joe, aquela força de tal magnitude que eu não era capaz de nem ao menos começar a compreender.
Ele não parecia nervoso. Na verdade, sua voz estava calma, e eu pensei novamente na comparação com o tigre e o coelhinho. O tigre não perdia o controle porque sabia que o coelho estava encurralado, e não importa o quanto tentasse, não conseguiria fugir. Joe sabia que, mais cedo ou mais tarde, eu acabaria me entregando.
As mãos dele descendo sensualmente por meus braços me despertaram de minha imobilidade e, com mais dificuldade do que eu gostaria, consegui me forçar a me afastar, dando um passo para frente e apoiando minhas mãos na mesa. Ele continuava atrás de mim, longe o suficiente para não estarmos nos tocando, mas perto o suficiente para eu sentir sua presença.
- Sabe ou não sabe? – ele perguntou novamente, olhando por cima do meu ombro para os ingredientes na mesa.
- Claro que sei. – eu respondi, minha voz bem menos firme do que eu gostaria. Fazendo um esforço para parecer normal, e não nervosa, eu continuei – Eu tenho a receita. Qualquer idiota consegue fazer um bolo seguindo uma receita.
Joe esticou o braço e pegou a revista antes que eu pudesse impedi-lo. Eu virei o rosto para trás, dando de cara com o sorriso mais safado do planeta. Joe tinha seus olhos grudados na receita, e parecia estar gostando imensamente do que lia.
- Eu adoraria te ajudar a testar essa suposição, querida. – disse ele, aproximando os lábios do meu ouvido.
- Do que você está falando? – eu perguntei, confusa.
- Leia o nome, Lovato. – disse Joe, em seguida me entregando a revista.
- O nome? – eu perguntei, com as sobrancelhas franzidas. Voltando meu olhar para a revista em minhas mãos, eu li em voz alta – Better Than... OH MEU DEUS! – eu exclamei, largando a revista na mesa como se ela pegasse fogo. Pude ouvir Joe rindo atrás de mim enquanto as letras em negrito do título da receita ainda pareciam me encarar, caçoando da minha idiotice.
Better Than Sex Cake1. “Bolo Melhor Que Sexo”.
Oh, eu estava definitivamente ferrada.
Consegui desviar meus olhos da revista traidora e, com mãos trêmulas, peguei a tigela e comecei a organizar meus ingredientes, fingindo não perceber mais a presença dele naquela cozinha. O que mais eu podia fazer? Eu não podia mais encará-lo, e sair dali deixaria a situação ainda mais estranha. Só o que eu podia fazer era continuar meu bolo fingindo que nada estava acontecendo e rezando para ele deixar o assunto passar.
- Então você vai fazer o bolo? – ele perguntou.
É. Sabia que não podia contar com ele para facilitar as coisas.
Ele não falou as palavras, mas eu ouvi a pergunta mesmo assim. A verdadeira pergunta, eu quero dizer. Meu desejo por ele não era segredo, e os acontecimentos daquela tarde deixavam tudo ainda mais claro. Então a verdadeira questão não era se eu faria ou não o bolo. Joe estava perguntando, de forma sutil, porém ao mesmo tempo nem tanto, se eu me entregaria àquele desejo. Eu esqueceria todas as complicações e me renderia àquela atração que já durava um ano? Eu faria aquele bolo e provaria com ele que aquele título presunçoso era uma grande mentira?
A resposta era óbvia.
- Vai fazer o bolo, Demi? – ele perguntou novamente. O uso do meu apelido outra vez me causou um novo arrepio, assim como o fato de ele ter se aproximado novamente. Suas mãos estavam em minha cintura, sua ereção novamente pressionada contra mim e seus lábios agora roçavam meu pescoço, arrepiando todos os pelos do meu corpo. Ele parou o ataque quando finalmente chegou próximo à minha orelha, depositando um beijo suave embaixo da mesma antes de afastar os lábios para permitir que sua língua traçasse a curva dela – Vai ou não?
Eu fechei os olhos, me entregando a sensação, enquanto ele encostava o nariz em meu pescoço de forma carinhosa e sensual. Eu respirei fundo antes de pronunciar a palavra que mudaria tudo.
- Vou. – eu disse, sabendo que agora não teria como voltar atrás.
Mas assim que eu respondi, ele me largou.
Eu me virei, confusa e irritada. Lá estava Joe, sentado sobre uma bancada, as pernas balançando alegremente e um sorriso satisfeito firmemente plantado no rosto irritantemente lindo.
- O que você pensa que está fazendo? – eu perguntei, odiando a necessidade óbvia no meu tom de voz. Oh, ele não ia fazer isso comigo. Não ia me fazer chegar a esse ponto só para dar pra trás.
O filho da puta riu do meu óbvio desespero e gesticulou para os ingredientes sobre a mesa.
- O bolo é seu, Lovato. – ele disse, seu sorriso se alargando por eu não conseguir conter minha expressão frustrada – Eu só vou supervisionar.
- Supervisionar? – eu perguntei, erguendo uma sobrancelha.
- Isso mesmo. – ele respondeu, fingindo inocência – Conheço suas habilidades culinárias. Você queima até água. E além disso... – ele fez uma pausa, me olhando de cima a baixo e me fazendo me sentir nua – Alguém tem que estar por perto para lamber a tigela.
Ok, aquela tinha que ser a pior insinuação sexual que eu já havia escutado. Mas então por que a imagem de Joe lambendo o resto da massa de bolo da tigela fez meus dedos dos pés se curvarem? Simples. Porque era muito fácil imaginar o que mais aquela língua podia fazer... A imagem mental deJoe lambendo massa de bolo no meu corpo me fez ter que pressionar uma perna contra a outra com força. Grunhindo, eu dei as costas para ele, o ouvindo rir novamente. Oh, ele estava se divertindo hoje. Mas vamos ver por mais quanto tempo ele vai rir. Mais cedo ou mais tarde, eu o faria engolir aquele riso. Assim que a tal “supervisão” acabasse, eu me certificaria de fazê-lo gritar.
E eu não acredito que acabei de pensar isso.
Mas pensei. E esse pensamento permitiu que a minha falsa indiferença acabasse enquanto a ficha finalmente caía. Eu tinha simplesmente aceitado fazer sexo com Joe. Ok, nem eu nem ele havíamos dito as palavras, mas o que o fato de eu estar fazendo aquele bolo implicava era óbvio. Não tinha mais como voltar atrás.
Tentando espantar esses pensamentos, eu liguei o forno para pré aquecê-lo e comecei a misturar os ingredientes. Ainda sentado na bancada, Joe cantarolava algo que me lembrava extremamente “Pretty Vacant”, dos Sex Pistols. Eu sorri. Sempre gostei da voz de Joe. Havia algo naquele som que sempre fazia minhas pernas tremerem. Enquanto eu observava a mistura na tigela, não podia deixar de imaginar aquela voz deliciosa sussurrando obscenidades no meu ouvido.
Eu me virei para seguir até a geladeira e pegar ovos e leite. Assim que fiz isso, porém, meus olhos encontraram os de Joe e eu me vi paralisada. Não só pelo desejo contido ali, e sim pela adoração que brilhava naqueles olhos verdes. Joe disfarçou rápido, mas eu sabia o que eu vi. Com o coração disparado, eu fui até a geladeira e peguei os ingredientes, voltando em seguida para a mesa, sentindo meus joelhos ameaçando fraquejar.
Quebrei os ovos e os acrescentei à mistura, e quando eu já media a quantidade certa de leite para adicionar, ouvi Joe pulando da bancada.
Eu despejei o leite na tigela, sentindo Joe se aproximar de mim por trás novamente. O ar a nossa volta parecia carregado, quente... Quando ele finalmente colocou as mãos em minha cintura, eu arfei, precisando me apoiar na mesa à minha frente com as duas mãos. Ele riu baixo e lentamente desceu uma mão até a barra da minha saia, enquanto a outra segurava minha barriga e me puxava mais para ele.
- Melhor começar a misturar, pequena. – ele disse, escorregando os dedos por debaixo da minha saia – Você não quer desperdiçar o bolo, quer?
Ele começou a acariciar minha coxa em pequenos círculos e, com as mãos trêmulas, eu peguei a colher, a levando até a tigela. Eu tentei mexer, mas com a tremedeira, a colher não parava de bater com força contra a tigela de vidro. Suspirando com falsa impaciência, Joe, para meu desespero, segurou meu pulso com a mão que antes acariciava minha coxa e começou a guiar meus movimentos com a colher.
- Assim, tá vendo? – ele explicou, mexendo a colher com a mão por cima da minha enquanto beijava meu ombro – Eu vou largar a sua mão, mas você precisa continuar mexendo. Se parar, eu vou ter que punir você... – ele disse, em tom divertido, pressionando meu corpo com mais força contra o dele para deixar claro exatamente qual tipo de punição tinha em mente – Entendido?
Eu balancei a cabeça, sem confiar em minha própria voz, e Joe largou minha mão, colocando a dele em minha cintura. Com uma mão firmemente apoiada na mesa, eu continuei a mexer a outra, trêmula, tentando ao máximo mexer a mistura direito. Não que a punição de Joe não fosse tentadora, mas eu não daria o braço a torcer. O desgraçado estava me provocando, e como eu não podia resistir a entrar no joguinho dele, podia ao menos jogar pra valer.
A mão dele voltou a descer por minha saia, começando a levantá-la. Ao sentir o primeiro toque de seus dedos contra minha coxa, eu quase larguei a colher, mas me recuperei a tempo. Joe, atrás de mim, riu satisfeito.
- Essa foi quase. – ele murmurou contra o meu ouvido – O que eu te disse sobre parar? – ele me perguntou, enquanto seus dedos se aproximavam da minha calcinha – Acho que você gostou da idéia de punição... Talvez eu devesse mudar de idéia... – ele mordiscou o lóbulo da minha orelha, e eu segurei a colher com mais força – Talvez eu devesse parar. – dizendo isso, Joe afastou o rosto e seus dedos pararam o progresso que faziam.
- Não! – eu exclamei, odiando meu tom desesperado.
- Então continue a misturar. – ele disse, aproximando novamente os lábios da minha orelha e voltando a subir a mão, agora atingindo minha calcinha. Com um dedo, ele passou a acariciar o material ensopado entre minhas pernas. Eu gemi, precisando me apoiar com mais força na mesa – Olha só pra você... – ele disse, em um falso tom decepcionado – Ficando toda molhada enquanto seu meio-irmão se aproveita de você na mesa da cozinha... – juntando outro dedo ao que já explorava, ele começou a esfregar com mais força – Você definitivamente não é a santinha que seu pai pensa.
Sem mais aviso, Joe afastou um pouco minha calcinha e deslizou os dedos para dentro de mim. Eu deixei a colher cair, e era difícil acreditar que o gemido que reverberou pela cozinha havia partido de mim. Era um som desesperado, necessitado, que eu nunca havia escutado antes.
- Gosta disso? – ele perguntou, visivelmente orgulhoso de si mesmo. Meu corpo tremia e, se não fosse por Joe me segurando, eu sabia que não conseguiria permanecer em pé – São esses dedos que você imagina te tocando de noite? – ele perguntou, enquanto com a mão livre segurava uma de minhas mãos e me forçava a pegar novamente a colher, voltando a mexer a massa – Foram só os seus dedinhos que te tocaram desde que você me conheceu, não foram? – ele perguntou, e o tom ciumento na voz dele me fez assentir veementemente, sem vergonha nenhuma de admitir a verdade – Ótimo... É em mim que você pensa durante a noite, não é? Imagina minha voz sussurrando no seu ouvido enquanto você se toca? – ele perguntou, movendo seus dedos para dentro e fora de mim devagar – É o meu rosto que você vê quando grita seu orgasmo contra o travesseiro?
- É... – eu disse, me sentindo tonta.
- Boa menina... – ele sussurrou, largando minha mão momentaneamente para afastar meu cabelo, liberando minha nuca para seus beijos. As mãos dele em seguida voltaram para a tigela.
Ele continuou me ajudando a misturar a massa enquanto me torturava. Toda vez que sentia que eu estava próxima a um orgasmo, Joe parava, me fazendo quase chorar de frustração, apenas voltando a mover os dedos quando meu corpo se acalmava. Ele parecia estar gostando imensamente de me deixar maluca.
Em uma dessas paradas, ele afastou de vez os dedos e largou minha mão com a colher. Quando eu virei a cabeça para encará-lo, desesperada, ele apenas sorriu e beijou minha testa.
- Tá na hora de colocar a mistura no forno, pequena. – ele respondeu – Não se preocupe, eu vou deixar você gozar, prometo... Acredite, vai ser muito melhor depois. – ele garantiu, se afastando um pouco e apontando com a cabeça para a tigela – Despeja a mistura na panela e põe no forno, depois volta aqui, porque eu ainda não terminei com você.
Lançando a ele um olhar assassino, eu fiz o que ele pediu. Céus, eu queria fazer aquele cafajeste engolir aquele ego todo. Joe realmente se achava a oitava maravilha do mundo, e eu queria ter forças para simplesmente deixar aquela cozinha. Mas não podia. Ele era um idiota, mas era extremamente gostoso e eu estava extremamente excitada. Duvido que alguma garota agisse diferente no meu lugar. E eu ainda não havia desistido de dar o troco em Jonas.
Após colocar a panela no fogo, eu segui de volta para a mesa. Ainda precisava fazer a cobertura de caramelo e leite condensado, segundo a receita.
Eu coloquei os dois ingredientes em outra tigela e comecei a misturá-los, enquanto sentia Joe se aproximar novamente de mim por trás. Ele esticou uma mão – a limpa, para meu alívio – e mergulhou um dedo na tigela, trazendo-o em seguida para minha boca. Sorrindo, eu envolvi seu dedo com meus lábios, o limpando devagar com a minha língua. Não pude deixar de rir ao escutar o gemido rouco do garoto atrás de mim.
- Vai rindo, vai... – disse ele, em tom de provocação enquanto afastava o dedo. As mãos dele começaram a subir pelo meu corpo, partindo de cada lado da minha cintura e seguindo com toques firmes em direção aos meus seios. Quando finalmente atingiu a área, seus dedos deslizaram até a abertura em minha blusinha de alça, abrindo o primeiro botão – Sempre quis fazer isso... – ele disse, o tom agora não tão provocante quanto trêmulo.
- O quê? – eu perguntei, tentando me concentrar na mistura.
- Tirar suas roupas. – ele admitiu em um sussurro, enquanto continuava a abrir os botões.
Ao sentir as mãos dele, tão trêmulas quanto as minhas, ao mesmo tempo que escutava sua voz agora tão vulnerável, eu finalmente entendi algo. Toda a confiança natural de Joe, todas as coisas eróticas e intimidantes que ele me dissera haviam me feito esquecer um pouco o que estava por trás de tudo isso. Desejo. Joe me queria. As provocações dele haviam me manipulado o suficiente para me render. Para deixar ele no comando e ser a garotinha submissa. Mas eu havia esquecido que o mesmo poder que ele exercia sobre mim, eu exercia sobre ele.
Senti um sorriso cruel repuxando os cantos dos meus lábios. Oh, Joe estava se divertindo em me torturar, mas esquecia que eu podia fazer o mesmo com ele. Era hora de fazê-lo parar de rir às minhas custas. Era hora do coelhinho mostrar pro tigre quem realmente mandava nessa droga.
- E como você se sente agora? – eu perguntei, recuperando o controle sobre minha tremedeira com a idéia da doce vingança que estava por vir.
- Ahn? – ele perguntou, como se não estivesse me ouvindo. Provavelmente não estava mesmo, não com toda sua atenção. O garoto parecia focado demais em abrir aqueles botões.
Eu inclinei minha cabeça para trás, a encostando em seu ombro, e aproximei meus lábios de sua orelha.
- Como você se sente tirando minhas roupas? – eu sussurrei, colocando minha mão livre sobre uma das dele, que cuidava dos últimos botões – Como é saber que agora você pode? Você tem sonhado com isso, não tem? – meus lábios começaram a acariciar a pele logo abaixo de sua relha, nos intervalos entre minhas frases – Quando você está sozinho no seu quarto, ouvindo o que eu faço... Você se imagina fazendo isso, não imagina? Se imagina me tocando, suas mãos me desnudando aos poucos... – eu podia ver os olhos de Joe fechados, e sua respiração já estava descontrolada. Minha blusa já estava totalmente aberta, de forma que eu lentamente comecei a deslizar a mão dele para minha pele exposta – Aposto que você pensa na textura da minha pele... O quanto é macia... Quente... Ela é como você imaginava? – eu perguntei, finalmente posicionando a mão dele contra minha barriga. Ele grunhiu, um som desesperado que me arrepiou por inteira, enquanto eu continha um gemido.
- Melhor. – ele respondeu, ainda de olhos fechados como se em um transe, sua outra mão também agarrando meu corpo agora descoberto.
- Então como você se sente? – eu perguntei novamente, minha voz agora muito menos controlada – Sabendo.. Oh... Sabendo que não é mais só fantasia? – respirando fundo, eu levei minha mão livre até a nuca dele e disse, com toda a coragem que eu tinha – Como é saber que eu vou deixar você fazer o que quiser com o corpo que você vem morrendo de vontade de ter há um ano? Como é ter aquilo com o qual você tem estado obcecado desde que me conheceu? – deixando minha voz cair para um tom ainda mais baixo, eu concluí – Como é saber que eu finalmente vou ser sua?
Quando Joe finalmente abriu os olhos, eu soube que tinha ido longe demais.
O olhar dele não era apenas desejoso... Era descontrolado. Antes que eu pudesse reagir, me vi sendo pressionada contra a mesa, o corpo de Joe ainda colado no meu por trás e suas mãos acariciando meu corpo sem nem um pouco da suavidade de antes.
- Você quer saber? – ele perguntou, com raiva – Quer saber como era ter que te ver dia após dia pensando que nunca teria a chance de te tocar? Quer saber o quanto era difícil? E não só porque você é minha irmãzinha... – ele continuou, em tom sarcástico. A voz de Joe não passava de um sussurro perigoso em meu ouvido – Não, além disso você sempre foi boa demais pra mim... Tinha que ouvir meus amigos me dizendo que você nunca perderia tempo comigo... Que uma garota com um futuro como o seu nunca ficaria com um aspirante a músico como eu... – uma mão de Joe subiu então pelo meu corpo, abaixando um lado do meu sutiã bruscamente – Que você estava fora do meu alcance... Mas você não me parece intocável agora. – ele riu baixinho em meu ouvido antes de agarrar meu seio com força. Eu me apoiava na mesa com as duas mãos, totalmente arfante e deixando os nós dos meus dedos brancos graças à força que eu aplicava para me manter em pé, já que meus joelhos ameaçavam ceder a qualquer momento – Ainda é boa demais pra dormir comigo, Lovato?
- Eu nunca... – consegui dizer, entre gemidos, enquanto os dedos de Joe esfregavam e beliscavam de leve meu mamilo – Pensei... Isso...
- Mas eu pensei. – ele disse, ainda com raiva. Raiva de mim, raiva dele mesmo, raiva do que sentia – E o mundo pensa também. Então você quer saber como é mandar todo mundo à merda e pegar o que eu quero? – ele perguntou, me largando momentaneamente. Eu não tinha forças nem para virar a cabeça para trás, mas ouvi, com um surto de ansiedade, o som de plástico sendo rasgado e zíper sendo aberto, e em seguida pude avistar com minha visão periférica um pacotinho prateado no chão. Camisinha.
Aquele pensamento fez tudo parecer mais real, e eu apenas tremi de ansiedade. Eu não ia mais fugir. Meu desejo por Joe estava começando a doer, e não dava para voltar atrás agora. Só podia me preparar para o que eu sabia que seria o ato mais intenso que eu experimentaria em toda minha vida.
- Você não respondeu minha pergunta. – ele voltou a dizer, se posicionando novamente atrás de mim e levando uma mão até minha coxa, segurando a barra da minha saia. Levei alguns segundos para me lembrar exatamente qual havia sido a pergunta dele.
- Quero... – eu respondi, sabendo que isso só o irritaria mais.
- Quer saber com é ter você toda entregue pra mim? – ele provocou pela milésima vez naquela tarde, levantando minha saia e ajeitando meu quadril. Eu me apoiei com mais força na mesa – Eu não vou te dizer. – Joe continuou, em seguida descendo minha calcinha até a altura dos joelhos em um movimento rápido – Vou mostrar.
A súbita invasão de Joe me fez exclamar, surpresa. Eu estava tão pronta para ele que em apenas um movimento firme ele estava totalmente dentro de mim. O desgraçado mal me deu tempo para me acostumar com a sensação antes de deslizar quase totalmente para fora e em seguida para dentro de novo, me fazendo soluçar com o puro prazer da sensação. Nossos corpos se encaixavam tão perfeitamente que dava vontade de chorar. Eu me mantive por alguns momentos parada, simplesmente me deliciando com os movimentos fortes de Joe e sua voz murmurando em uma espécie de surpresa reverente palavras como “apertada”, “quente”, “perfeita”, entre outras, que me faziam corar não só de satisfação. Lentamente, porém, comecei a tentar mover meu quadril. Joe desacelerou os movimentos, me ajudando a me acostumar.
- Isso... – ele murmurou, me encorajando a experimentar – Nunca fez assim antes?
- Não... – eu admiti, me adaptando ao ritmo agora calmo dos quadris dele. Eu não tinha muita experiência na área sexual, nunca tendo ido muito além do básico com meu ex-namorado.
- Por que? Ser pega por trás é uma posição muito safada pra minha anjinha? – ele provocou, rindo baixinho e insistindo com os movimentos lentos.
- Não começa. – eu avisei, irritada. Tentei parar de me mover, mas apesar da provocação, estava bom demais pra acabar agora.
- Admita, Demi... Você sempre foi uma garotinha comportada. – disse Joe, ajeitando nossa posição para poder inclinar o rosto até perto do meu – Mas o que ninguém sabe é que no fundo você sempre quis um pouco de depravação.
- Cala a boca... – eu mandei, com dificuldade. Joe havia mudado os movimentos de novo, e embora ainda lentos, estavam bem mais firmes, tornando difícil raciocinar.
- Diz que eu tô errado... – ele desafiou, mordiscando meu pescoço enquanto deslizava para fora de mim, apenas para voltar com força no momento seguinte, me fazendo perder o ar – Diz que o fato de estar deixando seu meio-irmão te comer por trás no meio da cozinha do seu pai não está te deixando com mais tesão ainda? – ele fez o mesmo movimento de antes, começando um lento padrão – Diz que você não fica imaginando o que as pessoas diriam se soubessem o que eu estou fazendo com você, e o quanto você está gostando.
- Você não presta. – eu disse, virando meu rosto para ele com um pouco de raiva acompanhada da bizarra excitação que esse sentimento estava me trazendo.
- Você gosta. – ele respondeu, sorrindo e inclinando a cabeça para esfregar o nariz de leve em meu pescoço, em um gesto carinhoso tão súbito que derreteu minha raiva. Aquilo não era certo. Ele não podia ficar fofo de uma hora pra outra e tornar impossível ficar irritada com ele.
A velocidade de Joe aumentou novamente, impossibilitando que um de nós conseguisse pronunciar algo além de exclamações monossilábicas. Eu me senti me aproximando do clímax novamente e, experimentando aquela horrível sensação de dejá vu, senti Joe parar e se afastar.
Dessa vez eu realmente quase chorei de frustração. Haviam lágrimas em meus olhos quando as mãos de Joe me viraram de frente para ele e seguraram meu rosto enquanto ele me beijava.
- Você... Prometeu. – eu disse, quando ele afastou os lábios.
- Shh, eu sei... Mas eu quero poder olhar seu rosto quando você gozar pra mim... Venho sonhando com a sua expressão há um ano. – ele disse, me beijando novamente – E essas roupas entre nós estão me incomodando. Livre-se delas e eu prometo que dessa vez não vou parar.
Ele se afastou e eu me apressei em tirar minha blusa desabotoada, meu sutiã e minha saia. Quando eu finalmente voltei meu olhar para Joe, vi que ao invés de fazer o mesmo, ele havia congelado suas ações há uns dois metros de mim, provavelmente enquanto me observava me despindo. Eu corei sob o olhar dele, que parecia tentar gravar cada curva do meu corpo na memória, e me sentei sobre o tampo da mesa atrás de mim, esquecendo totalmente o quão frágil aquele móvel era, enquanto o esperava.
- Sabe, não foi à toa que eu te chamei de anjinha. – ele finalmente disse, vindo até mim ainda totalmente vestido – Não é só o comportamento... Você é linda. – o tom na voz de Joe era maravilhado, e eu senti minhas bochechas se avermelharem mais. Sorrindo, ele levou uma mão até meu rosto – Não dá pra entender como um anjo como você está deixando um perdedor como eu te tocar.
- Talvez porque você esteja me corrompendo. – eu disse, retribuindo o sorriso dele enquanto Joe ficava entre minhas pernas. Segurando a nuca dele, inclinei sua cabeça para me beijar novamente enquanto eu puxava sua camisa para cima. Ele me ajudou a tirar, em seguida abaixando de vez os jeans abertos e os chutando para libertar suas pernas.
- Eu vou pro inferno e tô te arrastando junto, não é? – ele perguntou, enquanto se posicionava para me penetrar novamente.
- Talvez. – eu respondi, descendo uma trilha de beijos pela coluna do pescoço dele – Mas antes disso a gente vai pro céu.
Olhando nos meus olhos, ele moveu os quadris para frente, nos encaixando de novo. Os olhos de Joe se fecharam automaticamente enquanto ele ecoava meu gemido.
- Droga... – ele disse, me olhando por baixo de pálpebras pesadas – Você vai me matar, sabia?
- Não quero te matar. – eu respondi, meio em transe – Acabei de te encontrar.
Quando ele recomeçou a se mover, eu tive certeza de que aquela era a verdade. Era como se só agora eu tivesse realmente encontrado Joe. Como se o ano anterior não existisse.
- Oh, pequena... – ele murmurou, aos poucos incrementando a velocidade de seus movimentos – A gente vai ter muito pra conversar.
- Conversa... Depois. – eu murmurei, me sentindo uma mulher das cavernas pelo jeito de falar – Mais disso... Agora.
Joe sorriu e continuou a acelerar os movimentos. Uma das mãos dele deslizou por minha barriga e ventre até chegar ao meu clitóris, que ele estimulou com o polegar. Eu grunhi com a nova onda de prazer e meus músculos internos se apertaram à volta dele involuntariamente.
- OH! – ele exclamou alto, seus olhos revirando enquanto eu o apertava. Quando recuperei o controle sobre aqueles músculos, o apertei novamente, com mais força, quase enlouquecendo com o som totalmente erótico que escapou dos lábios dele.
- Você tá pedindo. – ele disse, com a voz meio estrangulada, em seguida apoiando as mãos com mais firmeza na mesa sobre a qual eu estava e aumentando suas investidas para um ritmo quase selvagem.
Pratos e ingredientes caiam da mesa que agora balançava exageradamente, e eu pude ouvir o som do leite e da minha cobertura derramando, ovos quebrando, o resto da massa de bolo caindo e se espalhando pelo chão. Eu não poderia me importar menos. Eu estava literalmente vendo estrelas, e minha visão se tornara tão turva que eu já não me atrevia a reabrir os olhos. Joe estava atingindo pontos do meu corpo que eu nem sabia que existiam, me impossibilitando de ter qualquer pensamento racional. Mas quando eu ouvi a mesa rangendo de forma mais perigosa, algo dentro de mim despertou e me deu forças para falar.
- Joe... – eu murmurei, com dificuldade. Ele ergueu a cabeça, antes encostada sobre meu ombro, e me encarou, com a mesma expressão precariamente concentrada que eu sabia estar em meu rosto também. Os movimentos dele não pararam, tornando difícil continuar – A mesa... Vai quebrar...
Joe pareceu levar um longo momento para entender o que eu dizia, mas assim que o fez, assentiu.
- Se segura em mim. – ele disse, e quando apertei meus braços e pernas ao redor do corpo dele, Joe me levantou, me carregando até uma parede e batendo as minhas costas contra a mesma, fazendo com que dois quadros pendurados nela caíssem e se quebrasse a nossos pés. Joe pareceu ignorar isso totalmente, apenas me penetrando de novo em uma estocada que me empurrou com mais força contra a parede, provocando uma brusca onda de dor e prazer que me deixou sem ar. Eu nunca pensei que gostaria daquilo, mas as investidas fortes de Joe me faziam gritar de pura necessidade e o apertá-lo internamente com mais força, tentando mantê-lo dentro de mim mesmo quando ele se afastava antes de voltar, gemendo e grunhindo tão alto quanto eu. Meus dedos agarraram seus ombros, unhas penetrando em sua pele na busca por algo no qual me apoiar.
Joe desceu os lábios para meu seio, chupando, mordiscando, me fazendo arquear minhas costas e pressionar meu corpo mais contra o dele. A sutil mudança de posição o fez atingir um ponto sensível dentro de mim com mais força, e o nome dele escapou de meus lábios como uma súplica desesperada. Ele desviou a atenção para meu outro seio enquanto voltava a escorregar uma mão para entre nossos corpo, acariciando meu clitóris novamente. Eu senti outra vez meu orgasmo se aproximando, e por um louco momento tive medo. Aquele prazer havia me sido negado por tanto tempo que eu tinha a forte desconfiança de que, quando finalmente deixasse vir, acabaria desmaiando. Provavelmente notando meu nervosismo, Joe aproximou os lábios de minha orelha, murmurando com voz baixa e sensual contra ela.
- Vamos lá, pequena... – ele disse, aquele tom reverente de volta – Pode relaxar agora... Eu tô aqui com você... Por favor, Demi...
Com o pedido dele, meu orgasmo me atingiu como um avalanche, forçando um grito primitivo a passar por minha garganta. Foi necessário usar toda minha força de vontade para não desmaiar enquanto onda após onda de prazer ridiculamente intenso me dominava, fazendo minha visão escurecer até que só o que eu podia ver com clareza eram os olhos verdes que olhavam dentro de minha alma enquanto o dono deles não parava seus movimentos, intensificando ainda mais as sensações. Alguma parte do meu cérebro percebeu que lágrimas agora escorriam livres por meu rosto, me fazendo fechar os olhos com repentina vergonha.
Vergonha essa que só aumentou, somada a um leve sentimento de decepção, quando eu percebi que Joe não havia gozado comigo. Mas esses sentimentos tiveram vida curta quando eu senti seus movimentos, que haviam parado momentaneamente, recomeçarem, agora mais gentis em preocupação com a minha passagem muito mais sensível. Seu dedo voltou a me acariciar, em uma intensidade que beirava a dor.
- Abre os olhos, Demi. – ele praticamente implorou, a voz rouca e precariamente controlada.
Eu os abri, só para dar de cara com a expressão mais excitante do planeta.
Joe havia fechado os olhos assim que eu abri os meus, como se olhar para mim fosse mais do que o autocontrole dele pudesse agüentar. Seu maxilar estava travado com força, e sua respiração escapava em suspiros descontrolados. Passaram-se alguns segundos até ele reabrir os olhos, me encarando com um misto de tortura e satisfação. Saber que ele havia se segurado de propósito, apenas para prolongar o meu prazer, me dando tanto quanto eu pudesse agüentar, reacendeu meu desejo com uma velocidade que eu não pensava ser possível. Era o jeito dele de me compensar por ter me feito sofrer esperando tanto.
- Dessa vez nós vamos juntos... Ok? – ele disse, e eu assenti com a cabeça, incapaz de falar.
Os movimentos dele aceleraram apenas um pouco, mas era o suficiente para meu corpo ainda extremamente sensível se aproximar rapidamente de outro orgasmo. Eu sentia seu peito roçando contra o meu a cada investida, sua respiração provocando a pele do meu pescoço e sua voz murmurando palavras sensuais e carinhosas em meu ouvido, e em poucos momentos me vi chegando ao ápice novamente, dessa vez não sozinha.Joe me seguiu, abafando seu grito aliviado em meu pescoço.
Enquanto os movimentos dele diminuíam e minhas convulsões passavam, me vi sendo arrastada para a leve inconsciência contra a qual eu antes lutara, e me deixei cair contra o peito de Joe. Senti ele me carregando de volta para a mesa quando se recuperou, depois de algum tempo. Eu não estava totalmente acordada, mas sabia que ele se sentara em uma das cadeiras, comigo ainda em seu colo.
Eu entrei e saí daquele sono leve por algum tempo, sem ter certeza de exatamente quanto, antes de finalmente erguer minha cabeça e encarar Joe. Ele sustentou meu olhar, enquanto procurávamos por algo um no outro. Eu não sabia exatamente o que havia lido nos olhos de Joe, mas foi alguma coisa ao mesmo tempo assustadora e emocionante.
Quando Joe abriu a boca para dizer algo, o timer do fogão tocou.
Nós trocamos um olhar arregalado antes de, ao mesmo tempo, começarmos a rir.
- É melhor eu cuidar disso. – eu disse, saindo do colo dele com óbvia relutância.
Com as pernas trêmulas e me sentindo dolorida, eu fui até o fogão, checando o bolo e vendo que ele estava pronto. Eu tirei a tigela do fogo, a colocando sobre a bancada para esfriar antes de desligar o fogão e voltar até a mesa, me sentando na cadeira ao lado da de Joe. Ele esticou a mão para pegar a minha, entrelaçando nossos dedos.
- Você é incrível, pequena. – ele disse, e eu ergui meu olhar para o rosto dele, metade de mim esperando encontrar sarcasmo naqueles olhos verdes que eu tanto adorava. Mas ao contrário, só o que eu vi foi a mesma completa satisfação que eu sentia.
- Você também não é nada mal. – eu disse, e nós dois rimos de leve.
Não falamos nada depois disso, e o silêncio pesado nos envolveu, carregado com as coisas ainda não esclarecidas entre nós. Eu fechei meus olhos e inclinei minha cabeça para cima, achando a intensidade do olhar de Joe algo forte demais para suportar. Eu ainda sentia aqueles olhos me estudando, e de repente senti um arrepio apavorado tomar conta de mim.
O que eu havia feito?
Continua...
Bruna: não querida eu ainda não sei o dia qu e eu vou voltar a postar Amiga Imaginaria aqui.tipo o cap 5 ainda não ta completo e eu to esperando a cacau finalizar blz?! mas pode deixar quando ele terminar esse cap eu corro aqui e posto rapidinho okay?!! bjuu.
Ahh gente e mais uma coisa feliz ano novo pra todas vocês cheio de paz,amor então é isso ai ;]
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Preciso comentar que eu entro aqui de 5 em 5 segundos?! Posta logo, pelo amor de Deus! Está perfeitoooo vkofbggjfgojb *-*
ResponderExcluirPerfeito
ResponderExcluirPosta Logo
Beijos e Feliz Ano Novo
OMG *-* que lindooooo ! to amando posta logooo bjss
ResponderExcluirAmei amr mt fofo .. nova seguidora ...
ResponderExcluiramr se poder seguir e divulgar os meus blogs divulgar!
www.tudoqueeumaisqueroevoce.blogspot.com
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omg ! descobri seu blog hoje e estou adorando !!!
ResponderExcluirposta logo !!*_*
se puder divulga meu blog ?
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obrigada flor :)