O Cavaleiro das Sombras.
Floresta Negra – Arredores de Winterfal
Enquanto era levada pelos soldados,
aprisionada naquela carroça como um animal, Demetria tentava se manter
acordada, tinha medo do que poderiam fazer a ela se fechasse os olhos, não
podia se descuidar perto daqueles bárbaros. Estava dolorida por ficar confinada
num espaço apertado por várias horas, mas tentava aproveitar o tempo pra
pensar, talvez descobrir uma forma de fugir enquanto os homens estivessem
distraídos. Com seus olhos atentos ela os observava discretamente, tentando
descobrir algo que lhe ajudasse, qualquer coisa que lhe desse uma vantagem, ela
não sabia lutar, nem era forte o suficiente pra tentar combater qualquer um
daqueles homens, mas era concerteza muito mais inteligente que qualquer um
deles, que só entendiam a linguagem da violência.
Concentrada, ela analisava cada um
deles com calma. Dois soldados cavalgavam bem atrás da carroça pra vigiá-la de
perto, o primeiro deles, devia ter por volta dos quarenta anos, tinha pele
morena, uma barba grossa e olhos negros como a noite. Demetria já o percebera
olhando pra ela com malícia e desejo várias vezes, podia imaginar as
barbaridades que lhe passavam pela cabeça e tinha náuseas só de pensar. O
segundo soldado, era um gorducho baixinho, que quando sorria mostrava uma
fileira de dentes podres e tinha um olhar psicótico que dava arrepios na
espinha. E havia mais uns dez soldados divididos na linha de frente e um pouco
mais atrás, sempre atentos a qualquer perigo em volta, não seria uma tarefa
fácil fugir de todos eles.
E o principal, o comandante deles,
que ia à frente em seu cavalo negro, com o capuz e a máscara escondendo o
rosto. Ele não falava muito, só abria a boca ocasionalmente pra dar algumas
ordens, e sua voz deixava Demetria nervosa, e ela percebera que os outros
soldados compartilhavam da mesma aflição, todos eles pareciam ter medo do
comandante e um respeito muito grande, mas até do que era normal, a princesa se
perguntava o porquê de toda aquela tensão, duvidava que fosse apenas pelo olhar
frio.
__O que está olhando?__ o soldado
moreno perguntou__ gostou de alguma coisa?
Demetria viu sua oportunidade de
conhecer melhor o inimigo.
__Só estava me perguntando por que um
soldado tão forte e corajoso como você aparenta ser, teria medo de alguém.
__Quem disse que tenho medo de
alguém?__ ele questionou com seu ego ferido__ não tenho medo de nada.
__Bem, não é o que parece__ ela se
fez de inocente__ então estou enganada e vocês soldados não tem medo de seu
comandante?
Os dois homens se entreolharam e
riram entendendo o que ela estava querendo insinuar.
__Desculpe se os ofendo, só não
entendo como um homem jovem como ele poderia intimidar alguém experiente como
vocês.
Mesmo sem ver o rosto do comandante
da tropa, apenas os olhos, era claramente visível que ele era bem mais jovem do
que a maioria dos soldados de Murdor, não devia passar dos vinte e poucos anos.
Como um soldado tão jovem poderia impor tanto medo e respeito em homens
bárbaros como àqueles, ela não conseguia entender, não parecia ser
fingimento.
__Você não conhece o comandante
garota__ o gorducho murmurou.
__Diga-me__ perguntou o moreno__ já
ouviu falar do cavaleiro das sombras?
__Já ouvi muitas histórias__ ela
respondeu sem entender o porquê da pergunta. Sua acompanhante costumava lhe
falar sobre ele enquanto caminhavam pelos jardins do palácio Lovato, os pais
contavam histórias sobre ele aos filhos pra assustar, Demetria sempre quis
vê-lo, na verdade não acreditava que ele fosse real, mas as histórias eram
instigantes.
__E o que as histórias lhe diziam
princesa?
__Dizem que ele é o melhor soldado
que já existiu, rápido e feroz, os inimigos morrem e nem sabem quem os atacou,
dizem que ele não tem pena e nem misericórdia de ninguém, ele mata sem pensar
duas vezes__ ela sussurrou sentindo estranhos arrepios na espinha__ ouvi dizer
que ele é bonito como um anjo.
__Bem, é o consenso geral das mulheres__
o moreno forte resmungou.
__Ninguém que o enfrenta sobrevive
pra contar história__ finalizou o gorducho__ todos tem medo dele.
__E o que essas histórias tem haver
com o assunto?
__Não são apenas histórias garota, o
cavaleiro das sombras realmente existe e é um soldado de Murdor, o braço
direito do Rei Klaus. Concerteza já ouviu falar sobre as muitas vitórias de
nosso reino, os lugares que conquistamos, como acha que chegamos tão longe?
Temos ao nosso lado o melhor soldado que já existiu__ murmurou com profundo
respeito__ ele é o nosso comandante.
Demi já tinha ouvido falar que o
cavaleiro das sombras era um soldado de Murdor, mas tinha uma filosofia de vida
que dizia que não acreditava em uma coisa se não pudesse ver com seus próprios
olhos. Naquele momento ela olhou pra frente e fitou com atenção a figura no
cavalo negro, coberto pela capa e pela máscara, os olhos frios como gelo e a
postura superior que não parecia ter medo de nada, tinha uma aura obscura a sua
volta, não precisava dizer nada pra que todos se calassem em sua
presença.
Então era verdade. Ela tremeu
involuntariamente percebendo que sua situação era pior do que imaginava.
__Está com medo princesa?__ o homem
riu__ devia mesmo, se não se comportar ele cortará sua garganta sem pensar duas
vezes.
__Eu não acho que ele seja o melhor
soldado que já existiu__ o gorducho resmungou com despeito__ poderia acabar com
ele se quisesse, mas o idiota tem a proteção do Rei e todos ficam com medo.
__É bom calar essa boca se não
estiver a fim de perder a cabeça__ o outro o repreendeu__ você é um gorducho
imprestável e não poderia com o nosso mestre mesmo que ele tivesse apenas uma
das mãos. Devia ter mais respeito.
Era óbvio que com uma fama como a do
cavaleiro das sombras muitos o invejavam e também tinham raiva. Incontáveis
eram os soldados que já o tentaram derrubar e falharam, morrendo miseravelmente
no processo. Muitos o recriminavam pelas costas com medo de enfrentá-lo cara a
cara e se julgavam melhores que ele embora só quisessem chamar atenção, eles
apenas falavam.
__Ele não é jovem demais?__ ela
murmurou. Achava que alguém com a fama dele seria bem mais velho.
__Dizem por ai que ele matou a
primeira pessoa quando tinha apenas dez anos__ o soldado disse com
orgulho.
Demetria estava pronta para retrucar
quando a caravana parou e ouviu a voz sombria do comandante.
__Vamos parar pra descansar um pouco,
seguimos viagem em uma hora__ ele disse__ Gordon, alimente a princesa.
__Sim senhor__ o soldado concordou.
Os soldados desceram de seus cavalos
e se espalharam pela pequena clareira pra descansar da viagem. Um deles, o tal
gordon, eram um rapaz jovem e parecia assustado enquanto se aproximava da
carroça com um pedaço de pão e um pouco de água pra oferecer a princesa.
Demetria respirou fundo, aquela era sua oportunidade de liberdade, não queria
esperar pra saber o que lhe aconteceria ao chegar ao Reino de Murdor e não
queria se arriscar na presença do Cavaleiro das Sombras.
__Eu... Eu trouxe comida pra você__
ele gaguejou nervoso.
__Obrigada__ ela sorriu de lado e se
aproximou o máximo que pode da porta da gaiola.
__Saia da garoto__ outro soldado
resmungou irritado e o empurrou pra longe pegando a comida das mão dele__ seu
moleque medroso. Anda princesa, pega logo pois não temos o dia todo.
Demi esticou o braço e pegou a comida
através da grade, foi quando viu a chave da gaiola pendurada no pescoço do
homem.
__Obrigada__ ela abriu seu melhor
sorriso pra ele__ é um cavalheiro. Como posso agradecê-lo pela gentileza?
O homem sorriu com malícia e se aproximou
ainda mais da gaiola. Aproveitando a distração Demetria arrancou o cordão do
pescoço dele onde havia a chave e uma cruz penduradas, com rapidez ela enterrou
a cruz na mão do homem com toda sua força e depois abriu à gaiola enquanto ele
gritava de dor e saiu correndo. Os outros soldados estavam afastados e quando
chegaram ela já tinha se embrenhado na mata, sumindo por entre as
árvores.
__PEGUEM AQUELA VADIA__ ouviu alguém
gritar.
Houve confusão e ela podia ouvir o
barulho dos cascos dos cavalos e dos homens a perseguindo. Não sabia pra onde
estava indo, só que precisava desaparecer dali, precisava voltar pra casa e
encontrar seu pai. A jovem tropeçou no caminho, sujando o vestido de terra e
arranhando as mãos ao usá-las pra se apoiar, mas logo se levantou e voltou a
correr, visualizou uma ponte mais a frente ligando os abismos e disparou em sua
direção, mas que pudesse alcançá-la deu de cara com um cavalo negro bloqueando
seu caminho, ele relinchou nervoso e Demetria recuou um passo assustada, não
havia cavaleiro montado no animal.
Demetria se virou pra correr em outra
direção, mas quando o fez sentiu a ponta de uma espada em sua garganta e
congelou.
__Indo a algum lugar princesa?__ seus
olhos se arregalaram de pavor quando fitou a figura que segurava a espada. O
comandante da tropa, o tal cavaleiro das sombras, ela não conseguia ver seu
rosto, somente os olhos azuis brilhando através da escuridão, mas sentiu as
pernas fraquejarem e teve vontade de gritar, o que não fez apenas porque
qualquer movimento, por menor que fosse faria a espada deslizar e cortar sua
garganta__ pensei que tivesse deixado claro o que acontece com quem desobedece
ao Rei.
__Você não é o Rei__ ela sussurrou
bem devagar, os olhos fixos no metal frio em seu pescoço.
Ele deu uma pequena risada__ você é
corajosa princesa, mas isso de nada lhe serve. Só não corto sua garganta agora
porque o Rei provavelmente vai querê-la viva, mas vou avisar que se tentar
fugir outra vez nada me impede de quebrar alguma parte do seu corpo. Não gosto
que me desafiem, muito menos que me atrapalhem.
__Não tenho medo de você cavaleiro
das sombras__ ela murmurou, mas era obviamente mentira, o pavor estava
estampado em seus olhos castanhos e ao se lembrar das histórias que ouviu sobre
ele, imaginou que realmente não seria nenhum sacrifício pra ele matá-la, por
isso o mais prudente era se manter calada ao invés de desafiá-lo, mas não pode
se conter__ já ouvi histórias sobre você e não me impressiona nem um pouco.
__Você não me conhece princesa__ ele
abaixou a espada e a embainhou novamente__ não pense que sabe algo sobre mim só
porque ouviu histórias por ai. Elas não contam nem metade do que sou
capaz.
Muito calmamente ele abaixou o capuz,
revelando os cabelos negros ondulados e depois tirou a máscara, permitindo que
Demetria finalmente visse seu rosto por completo. Não era mentira, ele
realmente era lindo como um anjo, as histórias não faziam jus a sua beleza,
Demetria não achava que já tivesse visto algum homem tão belo quanto ele e ao
mesmo tempo tão cruel, seu olhar penetrante era assustador, era como se ele a
fitasse e estivesse imaginando diferentes maneiras de lhe tomar a vida.
Ele se aproximou dela lentamente e
Demetria foi incapaz de mover um músculo, completamente hipnotizada. Ele lhe
agarrou o braço e com a mão livre puxou as rédeas do cavalo a arrastando de
volta a sua prisão. Demetria foi por todo caminho calada, tropeçando nos
próprios pés sem conseguir acompanhar a velocidade dele e nem tentou lutar,
sabia que não teria sucesso e não queria arriscar ver o cavaleiro das sombras
cumprir sua ameaça.
O soldado que ela machucara, estava
fazendo um curativo na mão e se levantou quando a viu, um ódio fervente nos
olhos.
__Eu vou matar essa vadia__ ele
avançou em sua direção mas parou quando o comandante se pos em seu caminho.
__Ninguém toca nela__ murmurou.
__Mas essa vadia me...
__O problema não é meu se não é capaz
de se defender de uma mulher indefesa__ e empurrou Demetria sem muito cuidado
de volta a carroça, trancando a porta e pendurando a chave no pescoço__ estão
avisados, ninguém toca nela ou vão se arrepender. Apenas o Rei decidirá o que
deve ser feito dela, agora todos a postos, vamos seguir nosso caminho.
O homem lançou a Demetria um olhar
assassino e ela sabia que aquele episódio não seria apagado, ela ainda se
arrependeria por ter machucado aquele homem e o humilhado na frente dos
companheiros. Estremeceu com o pensamento e se encolheu mais em sua gaiola,
abraçando as próprias pernas e deixando que lágrimas lhe molhassem a face.
Sussurros da Meia Noite
A floresta negra não era um bom lugar
para se estar à noite, mas mesmo avançando rapidamente a caravana foi obrigada
a parar e montar acampamento na floresta quando anoiteceu. Os soldados fizeram
uma fogueira e se ajeitaram em volta dela, bebendo e conversando, a carroça
onde a princesa se encontrava estava um pouco mais afastada e um homem
baixinho, porém feroz a vigiava com atenção. O cavaleiro das sombras tinha
deixado bem claro o que aconteceria se deixassem à princesa escapar novamente e
ninguém estava disposto a correr o risco.
Por volta da meia noite os solados
caíram em sono profundo, cansados pela batalha em Severac e pela longa viagem.
O vigia baixinho também estava morrendo de sono, mas fazia o possível pra se
manter acordado, a troca de guarda seria dali em poucos minutos. Demetria não
conseguia dormir, ficava olhando para as sombras assustada, com medo de que
algo surgisse para atacá-la, tinha ouvido rumores nada agradáveis sobre aquela
floresta. Mas a única figura que enxergava no escuro era o tal cavaleiro das
sombras, ele era único totalmente alerta, e mesmo estando bastante distante da
carroça, Demetria podia vê-lo observando o horizonte com atenção.
Demetria se encolheu com o frio, não
tinham lhe dado mais comida como castigo por sua tentativa de fuga e ela estava
fraca e faminta e tremendo de frio, coberta apenas pelo tecido frágil do
vestido, agora todo sujo e um pouco rasgado pela queda que sofreu. Embora todos
estivessem calados, ela pensava ouvir sussurros vindo do meio das árvores,
barulhos perturbadores que lhe arrepiavam os cabelos. Diziam às histórias que
eram os sussurros das pessoas que morreram naquela floresta, os espíritos que
não seguiram em frente e durante a noite se lamentavam por sua
infelicidade.
__Tem medo de fantasmas princesa?__
Demetria deu um pulo quando ouviu a voz tão próxima. Olhou em volta assustada e
viu que o guarda baixinho que a vigiava tinha sumido e em seu lugar, assumindo
o posto de guarda, se achava o soldado que ela golpeara mais cedo. Sua mão
estava enfaixada, e dava pra ver o sangue que manchava a atadura, ela engoliu
em seco.
__O que você quer?__ ela perguntou
nervosa, se encolhendo o mais longe possível dele.
__Temos um assunto pendente__ ele se
aproximou da porta e começou a destrancá-la, Demetria não fazia ideia de onde
ele teria arrumado a chave, mas seu coração disparou no peito, ela olhou na
direção onde vira o comandante antes, mas ele não estava mais a vista, se o
brutamonte fizesse algo com ela ninguém poderia impedir__ graças a você fui
humilhado na frente de meus companheiros e minha mão está machucada, minha mão
de empunhar a espada... Vai ter que pagar por isso de algum jeito.
__Eu sinto muito, não era minha
intenção machucá-lo__ ela tentou melhorar a situação.
__Tarde demais pra se lamentar.
Ele abriu a porta e se inclinou pra
dentro pra puxá-la, Demetria tentou se esquivar, mas ele era forte demais e o
espaço apertado, não havia pra onde fugir. Ele a agarrou pelos cabelos e a
arrastou pra fora da carroça. A princesa abriu a boca pra gritar, mas ele a
tampou com a mão livre__ não que gritar fosse ajudar em alguma coisa, duvidava
que alguém ali fosse correr em seu socorro.
O homem a largou de qualquer jeito no
chão e sentou-se sobre ela com um sorriso diabólico no rosto, amarrou um pano
sujo em sua boca pra que ela não gritasse e atou as mãos juntas, depois a
segurou com firmeza em baixo de seu corpo, não importava o quanto se debatesse,
não podia se soltar.
__O comandante me proibiu de te matar
ou machucar, mas não quer dizer que você não possa me compensar pela dor que
causou mais cedo__ ele falava em sussurros, provavelmente pra que os outros não
acordassem__ vamos ver o que você esconde embaixo desse vestido de seda,
princesa.
Ele passou os lábios rudemente pelo
pescoço dela, lambendo a pele com desejo, Demetria gemeu enojada e tentou
empurrá-lo, mas era em vão, sentiu a mão dele adentrar seu vestido sem nenhum
cuidado e acariciá-la entre as pernas. A jovem sem se dar por vencida se
debateu com mais força e acertou-lhe um chute na costela, mas não foi de grande
efeito, só fez o brutamonte ficar mais zangado e excitado com a situação. Não
era a primeira princesa que estuprava e tinha prazer em ver o medo nos olhos
delas.
Rasgou-lhe a parte de cima do vestido
com um único movimento, deixando a mostra os seios fartos. Obrigou-a a abrir as
pernas pra que se acomodasse melhor em cima dela e com a mão boa segurou-lhe um
dos seios, acariciando com luxúria. Demetria chorou de desespero enquanto ele
lhe beijava o corpo e fez de tudo que podia pra tentar pará-lo, mas o homem era
forte demais.
Pelo canto dos olhos percebeu que
mais três soldados haviam acordado e agora se juntaram pra assistir aquele ato
desprezível, provavelmente esperando para serem os próximos a se divertir. A
princesa já começava a perder as esperanças, estava praticamente nua quando de
repente o homem gemeu e arregalou os olhos formando no rosto uma expressão de
pura agonia. Ele cuspiu um pouco de sangue sobre a pele alva da mulher e um
instante depois seu corpo caiu sem vida sobre o dela.
O cavaleiro das sombras puxou
novamente sua espada, que usara pra apunhalar o covarde pelas costas e usou um
pedaço da capa pra limpar o sangue da lâmina brilhante enquanto chutava o corpo
inerte do soldado para o lado, para que saísse de cima da princesa, os outros
soldados olhavam tudo assustados enquanto Demetria só conseguia chorar.
__Pensei que tinha deixado bem claro
que ninguém deveria tocar na princesa__ ele sussurrou embainhando novamente a
espada e se agachou pra desamarrar os punhos e a boca da jovem__ eu disse que o
Rei deveria decidir o que seria feito dela. Ela é filha do Rei de Severac, um
trunfo, não uma prostituta que serve pra vocês de divertirem. O próximo que
tocar nela sem a minha permissão vai ter um destino muito pior do que uma
espada enterrada nas costas, ficou claro?
__Sim senhor__ os três concordaram
nervosos.
__Ótimo, se livrem do corpo desse
covarde e sumam da minha vista antes que eu perca a paciência.
__Sim senhor.
Os três homens arrastaram o corpo do
soldado pra longe e sumiram de vista. O comandante agarrou Demetria pelos
braços que ainda chorava convulsivamente, e a obrigou a ficar de pé. Ela pos a
mão sobre os seios defensivamente, se escondendo, o vestido estava caído,
cobrindo apenas da cintura pra baixo.
__Pare de chorar__ ele ordenou__ o
homem já está morto.
__Po-Porque estão fa-fazendo isso
co-comigo?__ ela gaguejou, sufocando com as lágrimas__ eu não fiz nada pra
nenhum de vocês, me deixe ir embora, por favor, eu só quero ir pra casa.
__Isto é uma guerra princesa, sinto
muito mas ir pra casa não é uma opção, o Rei Klaus decidirá seu destino.
E sem demonstrar nenhuma emoção ele a
trancou novamente dentro da carroça.
Fim do Capítulo
Introducing Me:Prazer Leah
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