segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Mini fic (Dirty Talk)

Por: Sah Oliveira

fic inspirada no filme A Verdade Nua e Crua. PS: Ela não será sobre Jemi mas nem por isso ela deixará de ser boa...(ela terá Joe Jonas sim mas com outra personagem minha prima que escolheu mas tudo bem ) espero que gostem.



Dirty Talk

- Machista, grosso, pervertido! – eu entrei na minha sala, num ataque de nervos, sendo seguida por Sel e logo atrás dela, para a minha tristeza,Joseph também.
- Psicótica, controladora e neurótica – ele passou por Selene e parou na frente da minha mesa, batendo as duas mãos nela e ficando inclinado – E para piorar, sexualmente frustrada.
Eu lancei um olhar mortífero para ele e me virei para minha amiga e também secretária, que escondia os risos por causa do que Joseph tinha dito. 
Sel, por favor, pode nos deixar a sós? – eu pedi gentilmente, porém segurando minha raiva para descontar no idiota do comentarista à minha frente, que olhava sem disfarçar, o meu decote.
- Mas, S.... Eu tenho que te entregar os relatórios da audiência do... – Sel começou a falar e Joseph a interrompeu. 
- Querida Selene, deixa esses papéis aí em cima e me deixe sozinho com a Savanna. Ela precisa de privacidade com o gostosão aqui. – ele sorriu de canto e Sel, dando-se por vencida, saiu do meu escritório, batendo a porta.
- O que te faz pensar que pode expulsar a Sel da minha sala e a tratar como se fosse o chefe dela? - frisei bem os pronomes possessivos – Eu sou a chefe aqui! SUA E DELA!
- Me desculpe, produtora. Mas foi você que pediu para ela sair, eu só fiz apressá-la. – ele disse irônico. 
- Bom, pois saiba que você não tem esse direito. Muito menos de me chamar de psicótica! – eu quase gritei, mas me controlei, pois estava em local de trabalho. 
- E por que a minha chefa controladora e sistemática não me demite? – ele deu a volta na minha mesa, parando na minha frente, com o peito estufado e com uns 20 centímetros de distância de mim, o que me trouxe um pouco de invasão. Ele tinha me pego de surpresa com a pergunta. 
- Porque, porque, eu... – eu procurei o motivo para não demitir aquele brutamonte. Mas não encontrei. 
- Ah, espera! – ele levantou o dedo indicador e botou numa das têmporas dele – Deixe-me pensar. Porque eu sou útil e dou audiência para essa emissora. 
Bufei com a petulância dele e a falta de modéstia de Joseph Jonas. Ele pegou os papéis que Selene tinha deixado lá para eu verificar e leu rapidamente. 
- Olha só, S.. Aqui diz que o programa subiu 17 pontos de audiência depois que comecei a fazer o quadro. – ele apontou no relatório e riu sarcástico. 
- Deve ser porque a população da cidade gosta de comentários tolos e mesquinhos sobre sexo. A cidade inteira gosta de ouvir suas frases machistas. Porque é disso que é feito o quadro “The Ugly Truth”, Joseph!
- Não são frases machistas e nem comentários tolos. É a pura verdade. A verdade que as mulheres não gostam de ouvir. – ele falou, dessa vez, sério. – Que a minha produtora não gosta de ouvir. 
- Até parece... Eu não levo pro pessoal as besteiras que você diz, Joseph. 
- E por que está discutindo comigo? 
- Porque eu produzo um programa jornalístico notório e de grande difusão e não posso permitir que você fale o que bem entender na televisão! – eu falei mais alto, apontando o dedo indicador para ele – Será que você pode seguir o roteiro uma vez na vida? 
- O roteiro que você faz? Poupe-me. 
- Sim, o roteiro que eu faço. Algum problema com ele? 
- Todos! Você não gosta de colocar putaria neles. – a vez dele de apontar o dedo – Nem na sua vida. – Joseph riu novamente e eu só piorei a minha cara. 
- Quer saber? Eu vou embora, preciso almoçar e você está tomando meu precioso tempo. 
- Está vendo? É só eu tocar no assunto “sua vida sexual” que você foge. – ele saiu do meu caminho, quando eu empurrei fortemente seu braço para me dar passagem. 
- Será porque você não tem nada a ver com isso? – eu olhei para ele, juntando as sobrancelhas e fitando-o com desprezo. 
- Não tenho. – ele falou, deu uma pausa e falou mais baixo: - Ainda. 
Eu coloquei o dedo indicador em direção à minha boca, fazendo cara e um gesto de nojo para o homem em minha sala. Ele gargalhou da minha expressão. Peguei minha bolsa rapidamente e sai do meu escritório, batendo os saltos fortemente no chão da emissora. Parei em frente à mesa deSelene.
Sel, você não vai almoçar comigo hoje? – olhei a minha amiga sentada na sua cadeira, toda atrapalhada com vários papéis em cima da mesa. 
- Não dá, S.. Eu trouxe um lanche para a emissora hoje, porque eu preciso adiantar as entrevistas do próximo homem do tempo, já que o nosso foi tomado pela concorrência. 
- Que pena... Então, eu já vou indo. – falei com minha amiga e sai em direção ao lobby do elevador. 
Savanna, eu te faço companhia no almoço. – Joseph veio atrás de mim, fechando a porta da minha sala e andando devagar. 
- Só me faltava essa. – bufei alto e apertei o botão, chamando o elevador. 
- Pare de mostrar tanto desprezo. Do jeito que eu conheço as mulheres, isso é sinal de desejo reprimido. 
- Sabia que eu odeio esse seu jeito de botar sexo em tudo que você fala? 
- Desculpe, querida produtora, a vida me fez assim. É algo que eu não posso evitar. – ele piscou para mim e o elevador chegou e nós dois entramos juntos. 
Longos 25 andares para baixo. 
xXxXx


Cantadas eróticas, risos sarcásticos e sacanagem. Era tudo o que eu esperava ouvir naquele elevador, que demorou mais de 4 minutos até chegar ao térreo. Porém, não foi o que Joseph falou. 
Até última instância eu estava calada. Só que o comentarista começou a puxar assuntos comigo e ainda bem que eles não eram ousados. Ele até que me surpreendeu nesses poucos minutos de ‘pureza’. Perguntou sobre coisas do trabalho, sobre as brigas dos dois âncoras (que eram marido e mulher), sobre a escolha dos novos meteorologistas e afins. Se Joseph fosse assim sempre, a convivência seria tão mais fácil. 
Não sei o que deu em mim, mas depois de brigar muito, eu aceitei ir no carro do Joseph até o restaurante japonês que ele tinha me indicado. 
Eu passei o caminho inteiro tentando ligar para o Ethan, o meu futuro ex-ficante. Ele estava sumido por quatro dias, depois que tivemos uma briga.Joseph apenas dirigia e me olhava de vez em quando. Não sei bem se eram para minhas pernas ou para o celular em minhas mãos. 
Chegando ao restaurante, caminhei na frente, escolhendo peculiarmente a melhor mesa, num local menos barulhento e de preferência com cadeiras acolchoadas. Sentei-me e fiquei olhando para Joseph que me encarava perplexo. 
- Você escolhe seus relacionamentos assim como escolhe a mesa que vai sentar? – eu olhei confusa para ele, ao mesmo tempo em que abri o cardápio que o garçom tinha me dado. 
- Por quê? – perguntei, olhando para o homem que se sentava à minha frente. 
- Bom, eu percebi a sua agonia quando estava no carro, ligando inúmeras vezes para alguém. Logo eu supus que era um namorado seu. 
- Não, não... – balancei a cabeça – Não é namorado. A gente sai de vez em quando. Mas afinal, o que isso tem a ver com a mesa? 
- Essas saídas têm sexo envolvido? 
- Começou... 
- Não, falo sério. Eu estou fazendo uma análise da minha produtora. 
- Falou certo. Sua chefe e produtora. Logo não devo satisfações da minha vida a meu subordinado. – pisquei e terminei de pedir o almoço ao garçom. 
- Sua grosseria não me atinge. Adoro mulheres por cima. – foi a vez dele piscar e sorrir. 
- Tá, Joseph... Continue a sua análise. – eu cortei a piadinha - Eu não transei com ele. 
- Como assim? Você tem o que? 16 anos? – ele formou um O com a boca, surpreso. – Agora eu sei por que ele não te atende. 
- Ele não me atende por que nós brigamos. 
- E eu aposto contigo que o motivo da briga foi o fato de você não ter transado com ele! – Joseph falou mais alto, chamando atenção das pessoas da mesa ao lado. Eu lancei um olhar 43 e ele começou a baixar o tom da voz. 
- O Ethan é um cavalheiro, nunca que iria deixar de falar comigo por uma coisa dessas. 
- Em que mundo você vive, Savanna? – Joseph arqueou suas sobrancelhas. 
- No mundo que os homens não pensam só nisso. Fora do seu mundo, querido Joseph...
- Qual o motivo da briga? Fale logo. – ele ignorou minha ironia, me interrompendo. 
- Bom... Ele queria me levar para casa dele no nosso primeiro encontro e eu não fui, porque tinha pendências da emissora para resolver de madrugada. No segundo encontro, ele me levou, sem pedir a minha opinião para um motel! Como ele pode? E ainda era um motelzinho fuleiro de beira de rodovia. Eu não engoli aquilo. 
- Você queria um cinco estrelas, vista para o mar, TV de 50 polegadas com canal erótico trancado e uma suíte magnífica com uma banheira cheia de pétalas de rosas? – Joseph falou irônico. 
- Primeiramente, eu nem queria estar num motel. 
- TCHARAN! – ele falou alto e abriu as mãos, deduzindo algo - Foi por isso que ele pulou fora. 
- Como você pode ter tanta certeza dentro de si? 
- Eu sei do que os homens gostam, S.. E só para te abrir os olhos, esse Ethan não é nenhum cavalheiro. 
- Você se acha o sabe-tudo. 
- Porque eu sei tudo. É capaz dele te ligar apenas para dizer que não te quer mais. 
Depois disso, eu balancei a cabeça negativamente e nosso pedido chegou. Eu comecei a comer devagar, enquanto Joseph comia compulsivamente o sushi. 
- Meu Deus, eu sabia que você era grosso, mas não mal-educado. 
- Minha forma de comer te incomoda? – ele falou com a boca cheia. Mas eu não respondi, porque meu celular piscou, recebendo uma mensagem. Abri e comecei a ler, formando uma face de perplexidade. Joseph me olhou de canto, sem parar de comer. 

“Desculpa não te atender esses últimos dias. Mas eu te mando essa mensagem para dizer que eu voltei com a minha antiga namorada. Não vamos mais sair, Savanna. Abraços.” 

- Abraços? – eu falei sem querer – Mas que diabos... Depois de tantos beijos carinhosos, ele me manda abraços? 
- O que foi? Ele te deu um pé na bunda? – o comentarista riu da minha cara e depois, voltou-se para o seu prato. 
- Voltou com a antiga namorada. 
- Provavelmente ela não existe, é só uma desculpa. 
- Por que eu nunca fico com os homens que julgo bons para mim? – pensei alto e terminei com o almoço, bebendo o refrigerante num gole só. 
- Esse é o problema. Pare de procurar o príncipe. Eles não são reais e você só vai ter decepções. Além de ficar solteira para sempre. 
- Você é tão intransigente e petulante. – eu desdenhei, mas continuei falando – Mas em contrapartida, entende tudo sobre o que os homens querem. 
- As duas primeiras definições não me agradam. 
- Não era a minha intenção agradar, Joseph. – eu olhei diretamente na enorme imensidão dos olhos verdes dele. Desde quando eu percebia a cor dos olhos do comentarista do meu programa? – Voltando, já que você me interrompeu... Eu não acho tão ruim te ter por perto. 
- Eu sempre soube que você tinha uma queda por mim, Savanna.
- Não se trata disso! O que eu quero dizer é que você pode me ajudar a encontrar o homem certo para mim. – apontei para ele como se tivesse tido a ideia mais clara da minha existência. 
- Se você mudar um pouco da sua personalidade controladora e me der um belíssimo aumento, eu não me oponho. – ele sorriu e piscou ao mesmo tempo para mim. 
- O aumento está aceito, já que será uma relação profissional. 
- E a sua ânsia por poder e controle? Desse jeito, nenhum homem vai agüentar ficar um mês na sua presença. 
- O que quer dizer? 
- Qual o problema de chegar ao restaurante e sentar na primeira mesa que estiver na sua frente? 
- Bom, ela pode ser pouco iluminada, a pessoa ao lado pode ser fumante, a cadeira nada confortável e... 
- Ok, ok, ok. Pode parar. – Joseph me interrompeu – Entende a sua neurose? Homens são simples, Savanna. E por serem assim, se incomodam com alguém que torna tudo complexo. 
- Então você está me dizendo para mudar o meu jeito de ser só para agradar alguém? – peguei a minha bolsa e levantei, indo em direção ao caixa, pagar a conta. – Isso é ridículo. 
- Vejo que as aulas serão difíceis contigo. – Joseph falou, vindo atrás de mim com a chave do seu carro girando nos dedos. 
XXxXx


Cheguei finalmente em meu condomínio depois de encarar um engarrafamento na tão temida hora do rush. Estava esgotada, louca por um banho e minha cama quente e macia. Porém, o elevador teimava a não chegar. Batia os pés rapidamente no chão e apertava o botão sem parar. Cansada de esperar, já que ele estava parado num andar só, segundo o leitor, resolvi ir de escadas. Agradeci mentalmente por morar no quarto andar. 
Subindo os vãos da escada bem devagar e mexendo em algo no meu celular, nem percebi que um corpo musculoso e alto vinha descendo e alheia a toda a situação, me choquei contra o homem. E que homem! Tinha um cabelo preto e liso levemente bagunçado, usava roupas esportivas e tinha lindos olhos verdes. Quando eu esbarrei nele, derrubei minha pasta no chão e ele se abaixou para pegar e quando olhou de novo para mim, abriu um sorriso que me fez derreter. 
- Me desculpe... – ele falou com muita gentileza. 
- Sem problemas. A culpa foi minha – peguei minha pasta das mãos dele e sorri – Então, morador novo? 
- Sim, do apartamento 401. – eu fui pega de surpresa, já que ele era o meu mais novo vizinho de porta. Fiquei intrigada e iria perguntar por que eu não sabia da nova presença no condomínio, já que eu fazia parte da comissão sindical. Mas no mesmo momento a voz irritante de Joseph veio na minha cabeça: “E a sua ânsia por poder e controle?”. Balancei a cabeça quase que imperceptível e exclui tais pensamentos. 
- Que interessante. Será ótimo ter um vizinho tão gentil como você. 
- Você é do 402? – afirmei com a cabeça e ele sorriu com a descoberta. – Digo o mesmo de você. Qual o seu nome? 
Savanna Meester. E o seu? 
- Philip Freeman. Vizinho e advogado, ao seu dispor. – e novamente, abriu o sorriso de dentes brancos e bem alinhados. 
- Muito bom te conhecer, Philip. – eu apertei a mão dele que me cumprimentou – Bom, eu não quero atrapalhar sua malhação... A gente se vê. 
- Boa noite, Savanna. – ele puxou minha mão e beijou-a carinhosamente. Depois disso, me olhou profundamente e desceu as escadas, voltando ao seu caminho. 
Eu fiquei estagnada no mesmo local, só vendo o pedaço de homem que ia embora, mas deixava seu perfume ali. Comecei a pensar em milhares de coisas, mas terminei pensando: UM VIZINHO LINDO, CAVALHEIRO E RICO! O que mais eu queria? Bom, eu o queria... Mas eu sabia que não seria nada fácil, já que segundo Joseph, eu sou um pé no saco. 
Que diabos... Por que eu estava levando o que Jonas falava em consideração? 
xXxXx


A emissora estava tranquila quando eu cheguei, apenas com duas faxineiras terminando o trabalho delas e a recepcionista, já no seu posto, que sorriu desejando-me um bom dia. Sel não tinha chegado ainda.
O sol tinha amanhecido mais bonito naquele dia e eu não sabia a causa. Talvez Philip tenha sido o motivo. Quando eu ia para o estacionamento tirar meu carro, eu o encontrei no elevador. Outro encontro casual no meio do prédio. 
Philip estava novamente com roupas de academia. Estava um pouco suado, mas aquilo era conseqüência da sua vida atlética. Deve ser assim que ele mantém aquela forma maravilhosa. Conversamos um pouco, até chegar ao andar correto de cada um. Dessa vez, ele perguntou sobre o meu trabalho e porque eu tinha que chegar tão cedo. Contei o que eu fazia, qual programa produzia e ele me informou que adorava o jornal matinal da minha emissora. Mas que o novo quadro sobre sexo era um pouco ofensivo. 
Rá! Foi aí que começamos a nos entender. Precisava jogar na cara do comentarista sexual que havia um homem no mundo que não concordava com ele! 
Entrei na minha sala e sentei na minha cadeira giratória, apenas pensando no meu vizinho. Precisava conquistar aquele pedaço de deus. Mas como? Tentando controlar as calorias que ele irá comer na nossa futura saída a um restaurante italiano? Não ia rolar. 
Foi nesse momento que eu comecei a realizar que eu precisava da ajuda do Joseph. 
Céus, eu sou uma mulher de 26 anos! Por que depender de um homem bruto e sem noção? 
Definitivamente, eu estava acabada. 
Tirei o telefone do gancho e disquei o ramal da recepção. Tocou uma vez e a voz feminina atendeu. Sem nenhuma apresentação, eu falei de uma vez: 
- Tina, assim que o Sr. Jonas chegar, fale a ele que venha imediatamente a meu escritório. Obrigada. 

Eram exatamente 8 horas da manhã. Nesse horário, quase todos os trabalhadores haviam chegado à emissora. Eu já ouvia o murmúrio que vinha dos corredores e das salas de reuniões. Levantei-me para verificar com Sel, se as entrevistas com os futuros jornalistas da previsão do tempo estavam devidamente agendadas. Precisava estudar muito bem os perfis de cada concorrente. 
- Bom dia, Sel. Como está a organização das entrevistas? – perguntei da porta, sem sair da sala. 
- Bom dia, S.. – ela me respondeu com um sorriso – Está tudo certo, não se preocupe. – acenei com a cabeça e voltei, fechando a porta de madeira. Nem deu tempo de fechar direito e abriram-na novamente, mostrando Joseph Jonas com um sorriso safado no rosto. 
- Minha produtora. – ele entrou, demonstrando ironia e balançou a cabeça como uma reverência. – O que posso fazer por você, alteza? 
- Pare de falsa bajulação, maldito misógino. – eu fingi indiferença, mas gargalhava por dentro. 
- Até para humilhar você é sistemática, não? – ele riu. 
- Só estou entrando na sua brincadeira, não posso? – falei sem olhar para ele e sentando novamente, cruzando as minhas pernas que estavam cobertas por uma saia de cintura alta justa. 
- Desde quando Savanna Meester brinca comigo? Tem algo de errado com você. – ele arqueou suas sobrancelhas surpreso. 
- Na verdade, está tudo certíssimo. Eu só acordei com o pé direito. E peguei o elevador social. – sorri sem mostrar meus dentes e voltei minha visão para meu notebook. Joseph se sentou na poltrona à minha frente e começou a brincar com uma caneta. 
- Pela sua felicidade e pelo uso inédito de roupas justas e sensuais, tem homem na parada. – ele deduziu simplesmente, mas não olhava em meus olhos. 
- Não fico surpresa que você tenha percebido de cara. – me permiti abrir um sorriso maior. 
- Qual é a dele? – ele perguntou, demonstrando pouco interesse. 
- Meu vizinho, advogado, lindo, corpo atlético, cavalheiro – Joseph fez uma cara de nojo com as minhas descrições – e o melhor de tudo... 
- O quê? O pênis dele mede 20 cm? – Joseph usou de sarcasmo e riu ao ver minha cara de desprezo. 
- Melhor do que isso. Ele acha as coisas que você fala muito ofensivas. – eu ri vitoriosa – Triunfo! Eu achei um homem que não concorda com você,Joseph. 
Enquanto eu falava animada e sorria, o homem do outro lado da mesa só me olhava sem emoções, como se estivesse esperando que eu acabasse de me vangloriar. 
- Achar ofensivo é diferente de não concordar, Savanna. – Joseph começou a falar com calma e explicando seu ponto de vista - Eu só falo a verdade e se ele não concorda... Desista, ele é gay. 
- Céus, como é difícil discutir algo contigo! 
- Deve ser porque eu estou sempre certo. – ele deduziu e piscou para mim, divertido. Eu bufei cansada. Mas eu ainda me lembrava que nada me tiraria do sério hoje. 
- Você pode parar de ser achar o tal, porque não foi para isso que eu te chamei aqui. 
- Sim, eu estou lembrado que te devo aulas de sedução e conquista. – ele levantou rapidamente e veio andando em minha direção, insinuante – Que tal começarmos agora? 
- Óbvio que não, Joseph. Eu tenho um programa para direcionar, programa esse que você participa. Já para o estúdio! Seu quadro começa em 10 minutos. 
- Ok, então. Hoje à noite em sua casa. – arregalei os olhos, mas alguns segundos depois, eu assenti. Tudo para laçar o Philip, tudo só por causa disso. 
- Certo... Vamos ao que interessa. – e sai da sala, deixando Joseph para trás e seguindo para o estúdio. 
xXxXx


Saí da emissora uma hora mais cedo para fazer umas compras. Eu precisava renovar o guarda-roupa se a minha intenção era conquistar o Philip. E não, esse não foi um conselho do Joseph. Eu sou mulher e eu simplesmente sei quando preciso de roupas novas para aumentar a auto-estima. Ou para aumentar os seios mesmo. 
Comprei um vestido vermelho, o clássico estilo ‘tubinho’ com duas alças finas, completamente justo no corpo. Eu não costumava usar cores tão vibrantes e tive essa decisão por que um comentarista me disse que a cor vermelha tem energia, poder, é a cor do pecado e chama a atenção dos homens. Além do vestido, comprei roupas íntimas mais sensuais e de várias cores que fugiam da mesmice da minha gaveta de calcinhas e sutiãs: bege, marrom e preto. 
Quando acabei nas lojas, fui direto para casa, rezando dentro do meu carro que eu não encontrasse Philip no meio do prédio. Eu pretendia abordá-lo de outra maneira hoje à noite. Maneira essa que eu ainda vou aprender. Com o Joseph.
Assim que cheguei ao meu apartamento, me espreitando ridiculamente pelo prédio para não encontrar o meu vizinho moreno e atraente, pus a chave na fechadura e entrei, ansiando por um banho quente e relaxante na minha banheira. 
Larguei minha bolsa em cima de minha cama, tirei meus saltos e fui direto para o banheiro, ligando a torneira e começando a me despir. 



Continua...

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