sábado, 30 de junho de 2012

Capítulo 9

- Faz quanto tempo mesmo? Digo... que vocês estão, er... ficando? Se pegando? Ou sei lá o quê... – Nick riu.

- Duas semanas. – Joe suspirou.


- Cara, você sabe que ela gosta de você. – a garota parou no topo de escada ao ouvir a voz de Chris vindo da cozinha. – E não é de agora.


- Eu também gosto dela, Chris, desde sei lá... sempre! Mas não é assim que as coisas funcionam. Nós fomos criados juntos, entende? Ela é... minhaprima, minha familia! – Joe falou num tom de voz mais baixo. Os quatro ficaram em silêncio alguns instantes e Demi ponderou se descia ou continuava ali. Preferiu optar pela segunda opção quando Nick quebrou o silêncio.


- Tecnicamente, vocês não são realmente primos, então eu não vejo problema. – Deu de ombros.


– A questão não é essa, Nick! – Joe suspirou passando a mão nervosamente pelo cabelo. Deu um gole na cerveja e observou o céu claro pela janela. Ele bem queria que o único problema fosse o fato deles serem primos ou terem sido criados juntos, mas ia muito além disso. Fechou os olhos lembrando-se de sua mãe e bufou irritado. – Se ela ao menos tentasse, poderia conseguir qualquer cara que ela quisesse, a Dem é incrível! Ela é linda, esperta, inteligente, engraçada...


- E gostosa pra caralho. – Nick completou com um sorriso e levou um pedala de Chris.


- Joe, cara, esqueça. Do pouco que eu conheço a Demi, ela não vai desistir de você. - Kevin falou calmamente olhando para o amigo. – Uma hora ou outra você vai acabar se envolvendo demais. Mulheres, meu caro, quando a gente menos espera já estamos apaixonados por elas. – falou sabiamente fazendo Demi sorrir.
Joe suspirou chegando a conclusão de que eles já tinham se envolvido demais desde o dia em que se conheceram.


- É frustrante. – Falou balançando a cabeça. – Ela nunca saiu para conhecer pessoas novas, nunca teve a chance de conhecer caras que poderiam ser legais pra ela. – Olhou para os amigos que se entreolhavam e bufou desistindo de fazê-los entender.
Caminharam de volta até sala obrigando a menina a entrar no banheiro novamente e encostar um pouco a porta para que eles não reparassem em sua presença. Pela fresta que ficou aberta, pode ver os quatro sentarem no sofá e no chão da sala em silêncio.


- Não esquece o seu encontro hoje com a Cindy. – Nick falou distraidamente batendo na perna de Joe e o menino engasgou o olhando.


- O meu... Cindy? O quê? – Perguntou sem entender recebendo um tapinha no ombro.


- A Cindy, seu gay! Lembra aquela minha amiga que gostou de você e eu disse que marcaria um encontro com vocês dois? – Os outros três riram quando Joe bateu na testa fortemente se lembrando que Nick lhe falara sobre esse encontro semanas antes.


- Se você se esqueceu da Cindy... – Kevin fez um gesto com a mão como se desenhasse as curvas de uma mulher. – Então é porque a Demi anda tomando espaço demais na sua cabeça. – Riu fazendo um coração no ar e recebendo um olhar torto de Joe.


- Então, você vai? – Chris se pronunciou o olhando.

Um silêncio tomou conta da sala e Demi prendeu a respiração chegando o mais perto que pôde para ouvir a resposta de Joe. O menino apenas deu de ombros jogando a cabeça no encosto do sofá e apertando os olhos com uma das mãos.
Demi saiu do banheiro e bateu a porta, fazendo um estrondo proposital. Do andar de cima ela viu os quatro garotos a olharem apreensivos e sorriu docemente.


- Olá, garotos! – Desceu as escadas rapidamente e pegou a bolsa na poltrona.


- Oi, Dem! – Chris, Nick e Kevin responderam em coro.


- Vai sair? – Joe perguntou arqueando a sobrancelha.


- Vou, tchau! – A garota respondeu saindo rapidamente pela porta sem olhar para trás.
Odiava quando Joe reagia daquela forma insegura. Parecia que alguma coisa o afastava sempre que eles estavam realmente se entendendo. Bufou descendo as escadas apressadamente e se sentiu mais tranqüila quando saiu na rua e um vento frio tocou seu rosto.
Não gostava nem da possibilidade de perder Joe para outra garota, era uma sensação estranha pra ela. Por vezes tentava imaginar seu futuro sem ele, mas parecia sempre que faltava alguma coisa, como se uma parte dela não estivesse realmente lá... era tudo incompleto.
"Uma hora ou outra você vai acabar se envolvendo demais."
Lembrou do que Kevin dissera e riu sozinha enquanto caminhava pelas ruas. Talvez a gente tenha envolvido demais desde que nos conhecemos, pensou.


- Bebendo antes do encontro? – A garota falou descendo o ultimo degrau e Joe a observou de cima a baixo. Ela vestia apenas uma baby look e uma calcinha azul com pequenas nuvens brancas. A garota sexy-inocente estava de volta, e ele estava ferrado mais uma vez. – A garota é baranga ou burra? – Ela perguntou sarcasticamente abrindo a geladeira e se abaixando um pouco propositalmente. Puta merda, ele estava muito ferrado.


- Espero que seja a segunda opção. – Ele resmungou bebendo mais um gole da cerveja e desviando o olhar para a televisão desligada à sua frente.


- Você podia tentar conciliar esses dois atributos em uma garota só, sabia, Joe? – Ela o olhou sorrindo. – Inteligência e beleza, não é assim tão difícil. - Caminhou lentamente até o sofá e parou quando estava perto o suficiente para sentir o perfume do garoto. Sorriu sozinha o observando enquanto ele tentava desesperadamente desviar o olhar das pernas desnudas dela.
Joe bateu os pés num ritmo desesperado no chão enquanto seu cérebro tentava pensar numa resposta rápida. Olhou novamente para a calcinha azul da garota e fechou a mão com força na garrafa de cerveja. Porra, o álcool não estava o ajudando. 


- Então... Quer ajuda pra elaborar uma resposta? – Demi perguntou afastando sua mão que segurava a cerveja e estava apoiada em sua perna e sentou em seu colo com uma perna de cada lado da sua cintura. Joe suou frio. Essa mania de Demi ler seus pensamentos e o fazer suar frio nos piores momentos, não era muito agradável.


- Dem, não começa. – Ele falou nervosamente vendo a garota em sua frente sorrir de uma forma sexy e maliciosa. Sentiu os lábios dela encostarem lentamente em seu pescoço e distribuir alguns beijinhos por ali. Porque seu corpo tinha que reagir tão rapidamente ao mínimo toque dela?


- Começar o que? – Ela perguntou o olhando e sorrindo. – Eu só acho que você deveria ficar em casa hoje à noite. Sabe? Eu odeio ficar sozinha num sábado à noite. – Ela brincou com o primeiro botão de sua camisa e ele a olhou sentindo a respiração começar a ficar mais pesada.


O primeiro botão foi aberto e ele bebeu um gole da cerveja deixando que ela começasse a brincar com o segundo botão de sua camisa. Uma de suas mãos ainda segurava a cerveja com força e a outra estava largada em cima do sofá, o punho fechado e o mais distante possível da perna da garota que parecia uma espécie de imã para suas mãos.
O segundo botão foi aberto. O terceiro. O quarto.


- Dem, por favor. – Ele tentou fechar os botões, mas a garota afastou suas mãos que num gesto inconsciente, ou não, foram parar naquelas pernas que tanto o atraiam. 


- Viu? – Ela sorriu olhando para as mãos do menino em sua perna. – Você não precisa sair hoje à noite. – Beijou o queixo dele lentamente e depois prendeu seu lábio inferior entre seus dentes, o puxando levemente. As mãos de Joe apertaram as coxas dela. Merda, ele era tão fraco. Demi abriu os botões que faltavam da camisa do menino e depois o olhou sorrindo. Dew uma forma ou de outra, ele sempre se deixava ser seduzido por ela. Agora era tarde demais.
Joe levou uma de suas mãos até a nuca da garota e a puxou para um beijo que imediatamente fez seu corpo inteiro corresponder aquilo. Sua outra mão subiu até a cintura dela por debaixo da blusa e ele sentiu ela se arrepiar. Ótimo, pelo menos ele não era o único vulnerável ali.
Deitou a garota no sofá ficando por cima dela e abriu suas pernas para que as dela ficassem no meio. Uma parte do seu cérebro mandava ele se afastar, mas a outra o mandava seguir em frente perguntando o que havia de errado naquilo? Não tem nada de errado!, pensou. Mas ele prometera...
Quando deu por si, já estava deitado no sofá com Demi por cima dele. Que droga aquela garota fazia com ele?
Ela desceu os beijos para o pescoço dele passando a mão por seu peito e sua barriga descobertos. Joe já sentia seu corpo correspondendo de todas as formas possíveis, e sua calça começava a incomodá-lo. Aonde ele tinha se enfiado? Cindy estava lá o esperando, seria tão mais fácil pra ele lidar com ela e não com Demi.
Suas mãos inquietas passeavam pelo corpo da garota sem saber aonde pararem. Ele já conhecia cada pedacinho dela, era como se ela fosse uma ilha deserta e ele fosse o único morador, só ele conhecia aquela ilha tão bem como a palma da sua mão.
As unhas da garota arranharam sua barriga obrigando-o a fazer uma careta e apertar os lábios para que não deixasse um gemido escapar por eles. Os beijos que ela dava em seu pescoço só ficavam mais provocantes. Ela trilhou um caminho de beijos até seu peito enquanto com as mãos abria o cinto e a bermuda xadrez que o garoto usava.
Enquanto ela descia os beijos ainda mais pela sua barriga o garoto a observou sentindo a respiração falha. Que porra ele estava fazendo? Por Deus, aquela era Demi! Ela era sua menina e outro dia mesmo eles estavam brincando de fazer anjinhos na neve ou acampando no jardim. E agora ela ia...
Quando sentiu a garota tocar no elástico de sua boxer a puxou pelo braço num impulso.


- Nem pense nisso! – Falou irritado a olhando nos olhos. Irritado consigo mesmo e com ela. Ele era homem, droga! Será que era tão difícil pra ela entender isso? Se ela ao menos não provocasse tanto e não fosse estupidamente gostosa.
Demi arqueou a sobrancelha sem entender a reação do garoto.


- Droga, Dem! Pelo amor de Deus! – Ele falou impaciente sentando-se no sofá passando a mão pelo rosto e cabelo, tentando reorganizar as idéias. – Será que é tão difícil pra você entender que eu sou homem e tenho minhas vontades? Você não pode simplesmente me provocar assim! Já pensou o que poderia ter acontecido agora? Você acha que eu ia me perdoar algum dia se deixasse você fazer... aquilo? – Levantou do sofá abotoando a camisa e fechando o cinto novamente.


Olhou Demi ainda sentada no sofá abraçando os joelhos e olhando calmamente para as unhas. Menina teimosa! Ela tinha que parecer sexy até enquanto observava as unhas?


- Volto mais tarde! – Joe falou baixo pegando a carteira e a chave do carro saindo do apartamento em seguida. Ele só precisava de alguma bebida alcoólica e uma mulher.
Qualquer uma que não fosse Demi.


# Flashback (9 anos antes)

- O Joe ligou? – Demi perguntou observando a mãe guardar algumas coisas nos armários da cozinha. A mulher a olhou sorrindo carinhosamente.

- Não, meu anjo. Mas daqui a pouco vamos até lá, lembra? – Passou a mão pelos cabelos da menina que deu de ombros suspirando e saiu da cozinha correndo até o quarto.
Sentou na cama cruzando as pernas e abraçando um travesseiro enquanto encarava o mural de fotos na parede do quarto. Fotos de seus pais, seus colegas de infância que ela já nem sabia mais quem eram e fotos dela com Joe. Várias fotos deles dois. Aquele mural era praticamente um túnel do tempo, havia fotos desde que ela era bebê, até os dias mais atuais.
Fechou os olhos por alguns segundos tentando se lembrar da ultima vez que falara com Joe. Quase duas semanas haviam se passado e ela sentia um vazio dentro de si, tudo parecia errado quando ele não estava por perto. Seus pais continuavam brigando praticamente todos os dias e ele era a única pessoa a quem ela podia recorrer. Ele sempre estava lá para acalmá-la e dizer que tudo ia ficar bem, e agora tudo parecia apenas piorar.

Tomou um banho rápido pensando se Joe estaria na casa dele quando ela chegasse, precisava dos abraços reconfortantes dele. Vestiu uma bermuda jeans, uma camisa rosa clara quadriculada e o tênis de sempre. Prendeu o cabelo em um rabo de cavalo alto e botou os pequenos brincos prateados que sua mãe havia lhe dado de aniversário.


- Tá pronta? – Emily entrou no quarto e sorriu ao ver a filha se encarando no espelho. A menina apenas confirmou com a cabeça se virando para a mãe. Forçou um sorriso reparando a apatia da menina, sua pele parecia mais pálida que o normal e seu olhar não demonstrava nenhum tipo de emoção. Não conseguia entender que tipo de relação ela e Joe mantinham, mas sabia que havia algo mais intenso do que uma relação saudável de amizade entre duas crianças. Sentia medo por isso, era como se uma parte de sua filha se apagasse quando ele não estava por perto. Sempre fora assim, desde que eram crianças.

Tocou a campainha da casa sentindo as mãos geladas e lançou um olhar ansioso para a mulher ao seu lado. Ela apertou carinhosamente seu ombro quando ouviu a porta da casa ser destrancada e sua irmã lhes sorrir.
Demi abraçou a tia lhe lançando um sorriso rápido e passou os olhos pela casa na expectativa de vê-lo por ali. Nem sinal. As duas mulheres conversavam animadas e seguiram para a cozinha deixando-a na sala pensando se perguntava a sua tia se Joe estava em casa ou não. Suspirou optando por subir as escadas silenciosamente ouvindo as vozes se afastarem e um silêncio ir tomando conta do corredor na parte de cima da casa.
A porta do quarto dele estava entreaberta com o aviso de "Não Entre" virado. Ela odiava aquele aviso, fora posto ali quando ele entrou na adolescência e aprendera a usar a palavra privacidade em momentos adequados. Abriu um pouco mais a porta sem fazer barulho e demorou alguns segundos para avistar a figura de Joe sentada no chão com as costas apoiadas na cama e as pernas encolhidas. Caminhou até lá e sentou ao seu lado também encolhendo as pernas.


- Oi. – Falou calma olhando o perfil do menino até ele virar o rosto para encará-la.


- Oi – Respondeu da mesma forma esboçando um sorriso que passaria despercebido pelo olhar de qualquer um que não fosse Demi. – Senti sua falta. – Admitiu olhando os próprios pés.


- Também senti sua falta. – Abraçou os joelhos. – As coisas lá em casa estão chatas. – Suspirou recebendo um olhar confuso do mais velho. – Mamãe e papai continuam brigando. – Deu de ombros.


- É normal os casais brigarem. – Joe brincou com o carpete que cobria o chão do seu quarto.
Um silêncio se instalou no quarto e Demi observou algumas folhas que estavam no chão próximas a ela. Passou os olhos rapidamente constatando que era algum trabalho escolar de Joe e leu no final da página; "Dupla: Joe Jonas e Katlin Smith". Desejou por alguns segundos que fosse seu nome ali ao lado do dele, como sempre fora, fosse em pedaços de árvores ou em desenhos infantis. 


- Você gosta dela? – Perguntou num tom de voz quase inaudível sem tirar os olhos da folha de papel. Joe acompanhou seu olhar e deu de ombros.


- Não sei. – Respondeu com sinceridade. – Eu... – Suspirou pesadamente tentando encontrar as palavras certas. – Beijei a Katlin, de verdade. – Confessou com medo da reação da garota ao seu lado.

Demi não se moveu e nem tirou os olhos da folha no chão.
- Eu senti sua falta. – Repetiu com a voz estável. Havia aprendido com Joe a ser madura cedo demais. 


- Desculpe. – Joe respondeu a olhando.


Para qualquer pessoa que escutasse aquela conversa, seria como se faltasse um pedaço dela, alguns esclarecimentos, algumas palavras exaltadas e outras mais calmas. Mas eles não precisavam disso, eles conversavam no silêncio agonizante que deixaria qualquer espectador revoltado e ainda assim seduzido por aquele espetáculo sigiloso.


# End of flashback

Seus olhos se fecharam por alguns segundos e depois abriram novamente encarando a televisão ligada em algum filme de ação. Ela nem gostava desse tipo de filme, mas o barulho a mantinha acordada. Respirou fundo se sentando no sofá, ou acabaria pegando no sono mesmo com aquela barulheira de gritos e tiros que vinha de filme. Eca.
Encarou a porta do loft tentando apenas com a força do pensamento fazer com que Joe entrasse por ela. Já eram quase onze horas da noite e Joe ainda não havia dado noticia, ela odiava quando ele fazia isso. Desejou por alguns segundos não ter o provocado daquela forma, mas era simplesmente algo maior do que ela. Ele estava sempre por ali passeando pra lá e pra cá apenas com suas boxers engraçadas e a provocando mesmo sem saber, e se ele fazia, por que ela também não poderia? Ela tinha tantos desejos e vontades quanto ele.
O barulho da chave girando na porta a acordou de seus pensamentos e viu Joe entrar e passar direto por ela sem nem olhá-la.
Ele odiava fazer isso, ignorar Demi era uma coisa que doía nele mesmo.
Ela abraçou as pernas olhando para o chão sem coragem de falar qualquer coisa. Preferia que Joe a xingasse do que a ignorasse. Ouviu a porta do banheiro no andar de cima bater com força e o chuveiro ser ligado em seguida. Suspirou profundamente sentindo uma dorzinha estúpida incomodar seu peito.

Joe ficou embaixo do chuveiro deixando que a água gelada praticamente congelasse seus ossos. Era tudo que ele precisava. Fechou os olhos com força tentando não pensar em nada, mas a porcaria da culpa o estava assombrando. Será que ele não conseguia ignorar a garota nem por um segundo sem sentir idiotamente culpado por isso? Ela mesma era culpada pela culpa que ele estava sentindo. Ela e a sua estúpida calcinha azul com nuvens brancas.
Ele nunca fora tão vulnerável nas mãos de uma garota, mas com Demi era sempre assim. Desde que eram adolescentes, desde o primeiro beijo, desde sempre. E depois de anos achando que tudo havia sido apenas sua imaginação, lá estava ele de novo se sentindo fraco e vulnerável. Patético.
Desligou o chuveiro e pegou a toalha rapidamente a esfregando pelo corpo numa tentativa de não sentir tanto frio. A boxer de patinhos que Demi havia lhe dado alguns meses antes pendia atrás da porta, ele bufou a vestindo e passou a mão pelo cabelo rapidamente fazendo com que o espelho ficasse todo molhado.
Quando abriu a porta do banheiro viu a imagem de Demi sentada em sua cama com as pernas cruzadas como um índio e aquela feição que ele conhecia tão bem; ela queria pedir desculpas, mas pra variar não sabia como.
Ela sempre fora péssima em pedir desculpas, muitas vezes por orgulho, outras vezes por não saber o que falar. Joe era uma das poucas pessoas a quem ela conseguia pedir desculpas, mesmo que desse milhares de voltas para conseguir finalmente dizer a palavra.
A olhou por alguns segundos ainda em dúvida do que fazer, e quando decidira por ignorá-la novamente, ela resolveu falar.


- Você podia ter ao menos ligado pra falar que ia chegar tarde. – A voz de Demi saiu baixa, mas firme. – Eu fiquei preocupada. - Joe observou a sala escura no andar de baixo, iluminada apenas pela televisão. 


- Eu acho que já sou crescidinho demais pra ter que ficar dando satisfações pra alguém. – Respondeu sério.


- Então eu devo ser estúpida demais por ainda me preocupar com você! – A irritação fez a voz dela sair mais alta. – Espero que você tenha se divertido com a Cindy. – Frisou o nome da menina e se levantou da cama na intenção de voltar para a sala.


- Eu não saí com a Cindy. – Joe deixou escapar e observou a menina parar no meio da escada e se virar para encará-lo. 


- Saiu com alguma outra mulher? – Perguntou com medo da resposta, mas sentiu um alivio imediato quando viu o garoto negar balançando a cabeça.


- Eu fui pra casa do Nick, os caras estavam lá. – Deu de ombros.

Demi concordou vagamente com a cabeça. Olhou os degraus da escada que faltava descer e depois olhou novamente pra Joe mordendo o lábio.

- Desculpa. – Falou por fim fazendo o garoto a olhar. – Por hoje mais cedo... – Suspirou sem vontade de completar a frase. Ela não se arrependia do que tinha feito, apenas se arrependia de ter deixado Joe irritado.


- Me desculpa também. Acho que fiz tempestade num copo de água. – Falou com simplicidade. – Eu não precisava ter aumentado a voz com você. – E ele bem sabia o quanto ela odiava que aumentassem a voz para ela. 


Demi balançou a cabeça sem jeito e sem saber direito o que fazer, no final acabou se decidindo por voltar para a sala, o barulho do filme de ação já estava a tirando do sério.
Se jogou no sofá encolhendo as pernas e as abraçando pelo joelho e botou em um canal de clipes. Ela amava assistir clipes, era sua terapia. O único problema era quando começava aquela seção de clipes de rap que a deixava totalmente frustrada, se ao menos os clipes fossem diferentes. Mas era sempre um monte de mulheres seminuas, jóias, dinheiro e carros importados para todos os lados. Argh. Rappers podem ser seres desprezíveis.
Sentiu o sofá afundar e se deparou com Joe ao seu lado com um sorriso infantil no rosto.


- Não tá com sono? – Perguntou calmamente. Demi balançou a cabeça negando. – Estranho você ainda estar acordada. A televisão ligada te faz dormir. – Falou com convicção.


- Faz. – Concordou mesmo sabendo que ele não fizera uma pergunta. – Mas eu estava realmente preocupada. 


- Você nunca vai deixar de se preocupar comigo, né? Mesmo que eu tenha 40, 50 anos. – Joe sorriu fazendo a menina rir pelo nariz concordando.


- Você vai parar de se preocupar comigo? – O olhou mordendo o lábio inferior e viu Joe negar sorrindo. - Consegue esquecer o que fez você se irritar hoje mais cedo e me deixar voltar a fazer o que estava fazendo? – Demi sorriu de lado observando o menino deixar um riso baixo escapar.


- Se eu disser que não você vai me provocar de novo? – Ele a olhou com a sobrancelha arqueada.


- Pode apostar! – Riu.


- Ah, então a resposta é não. – Falou um pouco mais sério e depois sorriu de lado.


- Hm... – A menina se virou pra ele com a sobrancelha arqueada. – Sempre posso tentar te fazer mudar de idéia! – Sentou no colo dele desligando a televisão e jogando o controle no chão.
Começou a dar leves beijos no pescoço de Joe sentindo-o acariciar suas pernas e aos poucos foi fazendo os beijos virarem chupões que com certeza deixariam algumas marcas pelo pescoço do garoto.


Joe fechou os olhos sentindo a garota trilhar um caminho até seu ouvido e morder levemente seu lóbulo. Suas mãos subiram pelas pernas dela até irem parar embaixo da blusa que ela vestia, apertou sua cintura com força sentindo os beijos dela chegarem até sua boca e no mesmo instante sua língua pedir a passagem facilmente cedida. A menina se ajeitou no colo dele colocando uma perna de cada lado do seu corpo e ele a puxou ainda mais para perto se esquecendo da lei de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço.
Demi desceu as mãos até a barra da camisa do garoto e a puxou desajeitamente para cima, partindo o beijo apenas por milésimos de segundos suficientes para jogar a camisa do outro lado da sala. Com um pequeno impulso Joe fez com que ela se deitasse no sofá e ficou por cima puxando a perna dela para cima para que pudesse encaixar as suas entre as dela.
Passou as unhas pelas costas dele ouvindo um gemido abafado sair pela boca do menino e sorriu para si mesma, ela amava provocá-lo e sentir ele reagir ao toques dela. Joe desceu a mão pelas costas dela e apertou levemente sua bunda fazendo-a rir, mas impedindo-o de quebrar o beijo. Levantou a camisa da menina aos poucos, beijando cada novo pedaço revelado da barriga dela e quando terminou de tirá-la não pôde evitar olhar para os seios da menina ainda dentro do sutiã.
Beijou o colo desnudo dela deixando que suas mãos passeassem por aquele corpo que ele tanto adorava e que vinha habitando seus pensamentos. Os dedos da menina delicadamente entrelaçados em seus cabelos faziam um carinho gostoso e provocante que o fazia esquecer qualquer outra coisa que não fosse o corpo dela em contato com o dele.
Procurou pelos lábios dela novamente e deixou que suas línguas brincassem enquanto vez ou outra mordiscava o lábio inferior dela ouvindo-a ofegar e apertar as unhas em suas costas e ombros. As mãos dela brincaram com o elástico de sua boxer e ele sentiu como se tivesse levado um murro quando Demi começou a abaixar a boxer.


- O que foi? – Ela perguntou confusa quando ele se afastou e sentou no sofá com a boca vermelha e a respiração descompassada.


- Dem, a gente não.. vai... – Falou com dificuldade tentando encontrar as palavras certas, e que não soassem como se ele fosse a garotinha da relação ou seja lá o que fosse que eles tivessem.


- Transar? – Demi completou a frase ainda tentando entender qual era o problema de Joe. Ele a olhou procurando por alguma resposta, mas ela apenas bufou e se sentou no sofá direito. – Então me diz, Joe. O que a gente vai fazer? Ficar se pegando no sofá e em outros cantos da casa pra sempre? É isso?


-NÃO! – Respondeu irritado. – A gente só... não precisa fazer isso agora. – Completou passando a mão pelo cabelo.


- E se depender de você nem agora e nem nunca, Joe. Essa é a segunda vez que isso acontece. Por Deus, eu nunca vou perder o cargo de prima fraca e mais nova que você tem que proteger? – Demi escondeu o rosto entre as mãos e tentou respirar normalmente sentindo o coração acelerado.


- Não é isso, Demi. – Bufou impaciente. Ou era isso? Talvez ele ainda não tivesse se acostumado em vê-la como mulher, não se acostumara em sentir o desejo dela tão próximo e igual ao seu. – Olha pra mim. – Pediu segurando os dois pulsos da menina e obrigando-a a olhá-lo. – Você é a pessoa mais importante que eu tenho e se eu machucar você, vai doer mil vezes mais em mim.


- Você não vai me machucar. – Demi falou com convicção.


- Não, não vou. – Ele a abraçou com força. – Me desculpa. – Falou baixo beijando o ouvido dela e a viu concordar com a cabeça ainda com o rosto afundado em seu peito.


- Não vai adiantar se eu disser que dessa vez to realmente preparada? – Perguntou inocente fazendo Joe rir baixo.


- Não hoje. – Suspirou recebendo o impacto das palavras dela.
Ela estava preparada. Preparada pra ele, pra ser dele.
Ele só precisava saber se estava preparado pra aceitar isso, e finalmente deixar que aquilo acontecesse.



Continua...


Esse cap foi só pra esquentar kkk

6 comentários:

  1. ain .. joe , meu deus ! to ficando frustada já !

    posta logoooo

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  2. Queeee perfeeeitoo *-*
    Posta logoo !
    p.s: leitora nova rs

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  3. Esse cap não foi pra esquentar filha. VOU PRA MATAR MESMO!
    PORRA JOSEPH! Uma gostosa do seu lado, se entregando e ele não quer! VÁ A MERDA! -q PÔ!
    Desculpe ai em cima ;p

    Posta logo!! ;*

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  4. ESQUENTAR FILHA? ISSO FOI PRA PEGAR FOGO MESMO POSTA LOGOOOOOOOOOOOOOOO

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  5. PERFEITO
    Joseph eu vou te dar uns tapas moleque!!
    POSTA LOGO
    BeiJemi

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  6. Nossa muito perfeito o seu blog, adorei o capitulo, encontrei o blog a poucos dias e amo quando pego uma historia do começo,e posta logo não me deixa curiosa.

    Beijo yres

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