segunda-feira, 9 de julho de 2012

Capítulo 14

Joe abriu os olhos incomodado com a pouca claridade que passava pela cortina do quarto e sentiu o braço doer por estar embaixo do corpo de Demi. Ele tirou com cuidado para não acordá-la e esfregou os olhos observando o relógio que marcava quase dez da manhã. A menina ao seu lado se mexeu e ele a olhou deixando que um sorriso surgisse em seus lábios. A boca dela estava entreaberta e ela dormia pesadamente, mas ele sabia que qualquer barulho a acordaria. Ao contrário dele, ela tinha um sono leve demais.
A observou durante alguns minutos, escutando sua respiração baixa e a forma como seu peito subia e descia ritmadamente. Os cabelos dela estavam espalhados pelo travesseiro e em seu rosto uma expressão suave o lembrava o quanto ela parecia um anjo enquanto dormia. Seu corpo estava coberto apenas por sua calcinha rosa e o leve cobertor amassado.
Joe riu baixo imaginando o quão bobo ele devia estar parecendo e se levantou entrando no banheiro para fazer sua higiene matinal, estranhando o fato de Harte não ter subido as escadas correndo quando ouviu um movimento no andar de cima. Saiu do banheiro e avistou o cachorro adormecido no sofá, quando se aproximou ele apenas levantou a cabeça e mexeu o rabo para o dono. Foi até a cozinha sentindo o estomago protestar de fome e abriu a geladeira pensando em alguma coisa para comer, quando fechou a porta viu que tinha um post it rosa grudado com a frase: “Você faz a minha vida valer a pena (:”
Sorriu sozinho e pegou a bandeja dentro do armário pensando se ainda tinha a geléia de frutas vermelhas preferida de Demi na geladeira. Preparou algumas torradas rapidamente e encheu dois copos com o suco de laranja que ele esperava que tivesse ficado bom. Arrumou os dois pratos e copos na bandeja e por fim botou dois Kit Kats sabendo que no lugar deles deveria ter uma flor como nos filmes. Mas ele não se importava, gostava de adaptar alguns clichês.
Subiu as escadas com cuidado e encontrou Demi ainda adormecida, sorriu agradecido e colocou a bandeja na beirada da cama. Sentou ao lado da garota e pegou uma das mãos dela beijando carinhosamente a ponta de cada um dos seus dedos. Observou ela se mexer minimamente e sorrir de forma quase imperceptível. Não pra ele. Continuou segurando sua mão e se inclinou um pouco beijando sua testa, a ponta do seu nariz e lhe dando um selinho demorado.
Demi riu abrindo apenas um olho e encontrando os olhos Verdes de Joe a encarando, um sorriso bobo brincava em seus lábios e ela sentiu seu coração disparar sem controle fazendo seu peito doer um pouco como se quisesse explodir. Como ela podia negar que era a garota mais sortuda que existia?

You make me breakfast in bed 
Você me faz café da manhã na cama
When I'm mixed up in my head 
Quando estou confusa
You wake me with a kiss 
Você me acorda com um beijo
I could get used to this 
Eu poderia me acostumar com isso

- Bom dia. – A voz suave e um pouco rouca de Joe a fez sorrir ainda mais. 


- Pelo começo dele, tenho certeza que vai ser perfeito. – Sentou-se na cama roubando outro selinho do garoto e viu a bandeja arrumada. – Café da manhã na cama? – O olhou sem acreditar. Joe sorriu puxando a bandeja para o colo dela. 


- Com sua geléia preferida e Kit Kat. – Ele apontou os chocolates. Demi arqueou a sobrancelha rindo. – Não tinha uma flor, daí eu resolvi inovar. – Deu de ombros. 

A garota sorriu sem acreditar e passou a mão pelo cabelo prendendo-o em um coque ao perceber o quão bagunçado ele estava. Uma camisa aul escura de Joe estava jogada no chão ao lado da cama e ela a pegou vestido-a rapidamente. 

- Joe, eu preciso escovar os dentes e passar uma água no rosto. Devo estar com uma cara amassada de sono. – Falou sonolenta. 


- Nah, você tá linda assim. Tá natural. – Ele a abraçou passando um braço por detrás dela e lhe deu um selinho. Ela abriu a boca pra protestar, mas ele lhe deu vários outros selinhos a impedindo de falar.

You think I look the best 
Você acha que eu fico o máximo
When my hair is a mess 
Quando meu cabelo está uma bagunça
I can't believe you exist 
Não consigo acreditar que você existe
I could get used to this 
Eu poderia me acostumar com isso

Because I know you're too good to be true 
Porque eu sei que você é bom demais pra ser verdade
I must have done something good to meet you 
Eu devo ter feito alguma coisa boa pra conhecer você

- Tá azedo. – Joe falou fazendo uma careta e arrancando uma risada da menina. 


- Não tá nada, tá bom! – Ela disfarçou bebendo um pequeno gole do suco. Joe arqueou a sobrancelha e ela fez um barulho com a boca se rendendo. – Tá péssimo. Argh! – Riram. 


- Eu fiz às pressas, não lembro o que pode ter dado errado. – Fez bico fazendo a garota apertar suas bochechas. 


- Não importa, foi o café da manhã na cama mais lindo, e eu amei. O que vale é a intenção. – Sorriu lhe dando um selinho. 


- As segundas intenções também contam? – Riu com malicia. 

A menina abriu a boca sem acreditar e depois riu. 

- Você existe mesmo? – O olhou boba. Joe soltou uma risada nasalada e beijou sua testa carinhosamente. 


- Depois de 18 anos você ainda tem alguma duvida?

'Cause you wrote my name across your hand 
Porque você escreveu meu nome na sua mão
When I freak you understand 
Quando eu piro, você entende
There is not a thing you miss 
Você não perde nada
And I could get used to this 
E eu poderia me acostumar com isso

I'm feeling it comin' over me 
Estou sentindo isso vir na minha direção
With you it all comes naturally 
Com você tudo vem naturalmente
Lost the reflex to resist 
Perdi o reflexo para resistir
And I could get used to this 
E eu poderia me acostumar com isso

O telefone tocou no andar de baixo e Joe desceu correndo deixando a menina terminando de comer as torradas. Ela observou os Kit Kat’s no canto da bandeja e sorriu sozinha, Joe sempre conseguia fazer com que gestos simples se tornassem extremamente apaixonantes e a deixasse mais boba que o normal. Ultimamente, mais do que nunca, ela vinha se perguntando que tipo de alma boa ela fora em outra vida para merecer um cara comoJoe nessa. Ele conseguia curar todas as suas feridas e cicatrizá-las sem fazer o mínimo esforço.

You love the songs I write 
Você ama as músicas que eu escrevo
You like the movies I like 
Você gosta dos filmes que eu gosto
There must be some kind of twist 
Deve haver algum erro
But I could get used to this 
Mas eu poderia me acostumar com isso

Because you listen to me when I'm depressed 
Porque você me ouve quando estou deprimida
It doesn't seem to make you like me less 
Não parece fazer você gostar menos de mim

Ouviu os passos dele na escada e segundos depois ele se jogou na cama junto com Harte. A menina sorriu vendo o cachorro começar a lamber o rosto dele, enquanto ele tentava o afastar e fazia careta. 


- Era o Nick no telefone. – Falou sentando ao lado dela e fazendo o cachorro deitar na beirada da cama. – Ele tá no Saint James e parece que acabou de comprar um cachorro, quer que a gente vá até lá. 


- Oba, mais um cachorro pra família. – Demi riu. – Vou tomar banho e a gente vai.
- Vou levar isso lá pra baixo. – Joe concordou pegando a bandeja e descendo rapidamente com Harte em seu encalço.
Demi entrou no banheiro e se olhou rapidamente no espelho, como ela esperava, seu rosto estava amassado e seu cabelo estava uma bagunça. Soltou o coque frouxo e fez careta desistindo do espelho, quando ia começar a tirar a blusa se assustou com alguém abrindo a porta do banheiro e a desceu novamente. 


- Eu já vi o que tem ai embaixo, não precisa esconder. – Joe sorriu deixando-a sem graça. Ele entrou no banheiro e fechou a porta fazendo a menina arquear a sobrancelha. – Sabe, eu estava pensando e me veio uma idéia na cabeça... – Um pequeno sorriso surgiu no canto dos lábios dele e Demi podia jurar que sabia o que vinha a seguir. Ele a abraçou pela cintura e começou a levantar a blusa dela. – Para as coisas irem mais rápidas e a gente não deixar o pobre Nick esperar tanto... – Terminou de tirar a blusa e a jogou no chão. – A gente podia tomar banho junto. O que você acha?
Demi sorriu passando os braços pelo pescoço dele e lhe dando um selinho rápido. 


- Eu acho uma ótima idéia.

If there's a dark side to you I haven't seen it 
Se há um lado ruim em você, eu não vi
Every good thing you do feels like you mean it 
Toda coisa boa que você faz parece que é de coração

- Acho que é ele ali sentado. – Demi comentou apontando para um rapaz sentado em um banco enquanto um cachorro brincava na grama perto dele. Joe concordou com um aceno de cabeça e puxou Harte pela coleira antes que ele começasse a perseguir uma lagartixa. 


- Nick! – Joe falou alto quando estavam mais perto. O amigo se virou e sorriu. 


- Hey, achei que vocês não viessem mais. O Ringo já está cansando de brincar. – Ele apontou o Chow Chow deitado na grama com a língua pra fora.


- Ai, meu Deus! Você comprou um Chow Chow! – Demi falou um pouco histérica e se ajoelhou ao lado do cachorro fazendo carinho em seu pêlo. – Olha a carinha dele que coisa mais linda. – Falou com voz de criança fazendo os dois meninos rirem. 


- Achei que Ringo combinava com ele. – Nick comentou sentando novamente no banco, Joe observou o cachorro deitar na grama com as patas pra cima, gostando do carinho que Demi fazia nele. 


- Por quê? Ele tem cara de baterista? – Riu. 


- Há! Engraçado. – Nick zombou.
Demi sentou no banco com Ringo no colo e Harte foi até ela começando a cheirar o outro cachorro. Ringo rosnou um pouco fazendo a menina rir. 


- Harte, o Ringo é macho, não gosta dessas coisas. – Os três riram. 


- Eu vou passear um pouco com Harte, ele tá muito agitado. – Joe puxou o cachorro que insistia em ficar cheirando Ringo. – Você vem? – Olhou para Demi. 

A menina olhou o cachorro deitado em seu colo e fez uma careta. 

- Tô com pena, acho que vou ficar por aqui. – O olhou pedindo desculpas. Joe apenas sorriu e se abaixou para lhe dar um selinho. 


- Já volto. – Falou caminhando para um lugar com menos pessoas. 

Demi olhou pro lado e viu Nick a olhando com um sorriso bobo no rosto. Riu sozinha. - Que foi? 

- Vocês dois. – Ele soltou um risinho baixo e a menina o olhou sem entender. – É estranhamente engraçado ver vocês dois juntos. 


- Hm... vai explicar ou quer que eu tente entender assim mesmo? 


- É estranho porque eu nunca tinha visto nada assim, vocês dois são tão... almas gêmeas que chega a assustar. – A menina riu com a explicação. – É sério, é como duas partes de um inteiro. Não sei se é porque eu conheço os dois faz tempo, mas às vezes tenho a impressão que até um estranho conseguiria enxergar isso se visse vocês dois. 


- E é engraçado porque...? 


- Porque eu sempre imaginei vocês dois juntos, e agora é engraçado ver isso acontecer. – Deu de ombros arrancando uma risada da menina. 


- Não vejo o Joe como meu namorado, é estranho. – Ela fez uma careta e foi a vez de Nick rir. – Eu sei que ele é meu, mas não consigo definir exatamente o que ele é meu!
- Alma gêmea. – Nick sorriu. 


- Nah, não sei. Já desistir de tentar definir. – Deu de ombros. – Mas mudando de assunto, será que você ficaria chateado se eu roubasse o Ringo de vez em quando? – Falou prendendo um sorriso e fazendo o menino gargalhar.



# Flashback (6 anos antes)

- Joe, eu to estudando, sério. – Demi reclamou abaixando o livro de História que estava em suas mãos. A casa silenciosa estava propicia para o estudo e ela aproveitava o máximo para fazer isso antes que o pai chegasse com alguns amigos para começar a velha jogatina que sempre atrapalhava seu sono. 

- É rápido, Dem. Eu só quero que você conheça o Nick e o Chris. Prometo que não vou te prender aqui em casa. – Joe pediu enrolando o fio do telefone no dedo. 


- Mas por que você quer tanto que eu conheça eles? – Falou desconfiada. 

Joe abriu a boca para responder, mas acabou não falando nada. Agradeceu por não estar cara a cara com a menina, ou ela iria perceber que suas bochechas ficaram levemente rosadas. 

- Porque eu quero, oras. Eles são meus melhores amigos e estão sempre comigo e você é... você, ué. Eu quero que vocês se conheçam. E além do mais, você agora está sempre ocupada com os estudos e não vem mais aqui. – Reclamou.
Demi suspirou sentindo um peso na consciência. Ela estava agindo como uma boba imatura evitando Joe desde que o beijo acontecera. 


- Tudo bem. Estarei aí em uns quinze minutos. – Se deu por vencida. Joe sorriu do outro lado da linha e sussurrou um ok desligando rapidamente o aparelho.
A menina levantou caminhando até o espelho do banheiro e soltou o cabelo que estava preso num coque mal feito. Passou uma água no rosto e escovou os dentes rapidamente antes de pegar um moletom e sair de casa.
Caminhou pelas ruas apressadamente e hesitou alguns segundos antes de tocar a campanhia da casa. “Não seja tola!” sussurrou para si mesma quando ouviu os passos do lado de dentro se aproximarem da porta. 


- Hei, sumida. – Joe sorriu dando espaço para que ela entrasse. Sorriu sem graça e lhe deu um beijo na bochecha agradecendo pelos amigos dele não estarem ali na sala. – Vem comigo, eles estão lá no quarto. – Falou pegando a mão dela e a puxando animadamente escada acima.
Demi ouviu uma risada alta e engraçada vinda do quarto de Joe e sorriu tentando imaginar os amigos dele. 


- Esse é o Nick, é um pateta. Ri de tudo. – Joe falou baixo antes de entrarem no quarto. – Caras, essa é a Dem. – Joe sorriu parando na porta do quarto com a menina ao seu lado. As mãos ainda entrelaçadas faziam com que a menina ficasse ainda mais sem graça. 


- Oi, Dem! – Chris e Nick responderam em uníssono. A menina sorriu. 


- Oi. – Respondeu baixo olhando deles para Joe.
Por que diabos os três a estavam encarando com um sorriso no rosto? Eles podiam ao menos disfarçar! Imaginou até onde eles sabiam sobre ela e seJoe havia lhes contado sobre o beijo. Ela já estava se achando paranóica por pensar tanto nisso, ele não devia nem mais lembrar do que acontecera. 


- Errr... – A menina tentou pensar em alguma coisa pra dizer, mas acabou apenas apertando a mão de Joe pra chamar sua atenção. 


- Então, eles estavam doidos pra te conhecer. – Falou piscando para os amigos. 


- Claro, a famosa Demi. – Chris brincou. 


- De cada 10 frases que o Joe fala, pelo menos 5 envolvem Demi. – Nick completou levando um soco no braço. 


- Hm... pode ser que nem tudo seja verdade. – Demi falou olhando desconfiada para Joe, ele disfarçou olhando para um canto qualquer do quarto e puxando a garota para sentar-se na cama.


- A parte da beleza, era. – Nick sussurrou de uma forma que ele julgava ser baixa, mas o silêncio dentro do quarto permitiu que todos ouvissem. Ele fez uma careta olhando pra Joe como se pedisse desculpas. 


- O Joe falou que ano que vem você vai estudar lá no colégio. – Chris comentou a olhando e Nick agradeceu mentalmente. 


- Ah, é verdade. – Demi sorriu. – Mudar um pouco de ares, estudar sempre no mesmo colégio pode ser sufocante. – Chris concordou com um aceno de cabeça.
Joe rapidamente encontrou outro assunto qualquer para que não deixasse o silêncio constrangedor tomar conta do quarto novamente.
Demi aos poucos foi se soltando mais e já ria alto das besteiras que Nick falava, os dois riam com uma facilidade incrível. Ele observou a garota ao seu lado e desceu os olhos para as mãos deles que ainda estavam entrelaçadas no colo dela. Passou o polegar pelas costas de sua mão e viu ela abrir um sorriso discreto enquanto ainda prestava atenção em alguma história engraçada que Nick contava. Observou os amigos e encontrou o olhar de Chris seguido de um sorriso cúmplice do menino, sorriu de volta e voltou sua atenção para Nick que agora ria tentando terminar de contar a história.

- Até segunda, cara. - Chris deu um tapinha nas costas de Joe e sorriu. – Tchau, Dem. Prazer te conhecer. – Deu um beijo rápido na menina que sorriu acenando. Nick repetiu o gesto do amigo saindo da casa em seguida. 


- Gostou deles? – Joe perguntou depois de fechar a porta e se virar para a menina sentada no sofá. 


- Gostei. – Sorriu vendo-o se jogar no sofá e deitar a cabeça em seu colo. – Eles são legais e o Nick é uma figura. 


- Eu te disse. – Joe sorriu convencido arrancando uma gargalhada da menina. 


- Na verdade você não disse não. – Deu língua. – E eu preciso ir pra casa terminar de estudar. – Completou sem parar de passar as mãos pelo cabelo de Joe. 


- Não precisa não. – Respondeu de olhos fechados aproveitando o carinho. Ela riu o olhando.
- Claro que preciso, Joe. 


- Dem, você me ama? – Ele se sentou de lado deixando que um de seus braços a prendesse no sofá e a olhou sério. A menina arqueou a sobrancelha sem entender. 


- Amo...? – Falou em duvida. 


- Então fica aqui. – Fez bico. 


Demi o olhou por alguns segundos engolindo em seco. Ele fazia aquilo de propósito ou o quê?
- Eu... não posso, Joe. – Olhou as próprias mãos e suspirou. – Tenho mesmo que estudar. 


- Tudo bem. – Joe rolou os olhos sem que ela visse. – Vem, te levo em casa. – Falou se levantando. 


- Já que você insiste. – Riu.
A chuva fina começou a cair quando eles estavam há uns 20 metros da casa de Demi. Se entreolharam cúmplices e sorriram antes de começarem a correr até a porta de casa. 


- Me impressiono com a nossa sorte. Não podia ter chovido um pouco depois? – A menina riu abrindo a porta. – Fica aqui até a chuva passar. – Pediu o olhando. 


- Não precisava nem ter pedido. Não tô afim de tomar chuva. - Joe fez careta recebendo um tapinha no braço. – Seu pai tá ai? – Perguntou receoso. 


- Pai? – Gritou sem obter resposta. – Não! – Sorriu. 


- O que vamos fazer de bom? – Joe perguntou se jogando no sofá. 


- Você eu não sei, mas eu vou estudar. – Riu subindo as escadas e deixando o menino pra trás.


- Ei, volta aqui! – Ouviu quando já tinha entrado no quarto. Deu risada ouvindo os passos de Joe na escada e sentou na cama pegando o livro que estava em cima do travesseiro como ela deixara. – Ah, Dem, esquece os estudos um pouco. – Joe reclamou, dessa vez se jogando na cama dela. 


- Eu já esqueci os estudos a tarde praticamente toda, Joe. – Rolou os olhos. – Vai, levanta daí e me deixa esticar as pernas e estudar em paz. – Reclamou. 


- Mas se você estudar eu não vou ter nada pra fazer! – Bufou sentando no carpete e encostando as costas na cama da garota.
A menina ignorou o comentário dele e voltou sua atenção para o livro aberto. Ela gostava de História, seria fácil se concentrar. De canto de olho pode ver Joe dobrar as pernas e resmungar alguma coisa, sorriu sozinha.
O silêncio não permaneceu por muito tempo, Demi sentiu a mão de Joe em seu pulso e quando se deu conta estava caída no colo dele que ria sem controle. 


- Sua meiguice me comove, Jonas. – Reclamou indo sentar de novo na cama, mas ele a segurou pela cintura. 


- Vem cá, droga. Só quero que você sente aqui comigo, pode continuar estudando. – Demi rolou os olhos e sentou ao lado de Joe rezando para que ele parasse de reclamar. Chegou a pensar se não era melhor que a chuva parasse logo e ele fosse embora, mas ela não enganaria a si mesma negando que queria a presença dele ali ao seu lado.
Joe deitou a cabeça no ombro da menina e permaneceu calado reprimindo a vontade de pedir que ela fizesse carinho em seu cabelo. Ele poderia ir pra casa e deixar a menina estudar já que a chuva estava fraca e ele não se importava com isso, mas eles haviam passado quase um mês inteiro sem se ver e tudo que ele queria naquele momento era aproveitar o fim do dia ao lado dela. Ele suspeitava qual era o motivo dela o evitar durante todos esses dias, mas preferia não comentar nada e dá o espaço que ela precisava, ele mesmo precisara de uns dias para processar o que tinha acontecido e decidir que aquilo definitivamente não iria mudar a relação deles.
Demi levou uma das mãos até o cabelo de Joe e começou a fazer carinho nele sem desviar a atenção do livro. Aos poucos e o corpo dele foi relaxando e ela sentia o peso sobre si aumentar, se perguntou se ele tinha caído no sono e parou o carinho. 


- Pode continuar. – Joe falou com a voz sonolenta fazendo a menina rir. 


- Achei que você tivesse dormido. 


- Mais alguns minutos e eu dormia mesmo. – Falou esfregando o olho. – Acho que eu vou pra casa. 


- Por quê? – A menina perguntou imediatamente. 


- Achei que estivesse te atrapalhando. – Joe sorriu. 


- Ainda tá chovendo. – Desconversou. – E você não tá atrapalhando. – Respondeu brincando com as folhas do livro. 


- Tudo bem, continuo calado em meu canto. – Concordou. – Mas podemos ir pra cama? Estou desconfortável aqui. – Falou fazendo careta. A menina o olhou e não controlou o riso alto. – Que foi? 


- Você ouviu o que acabou de dizer? Não soou muito inocente. – Demi sentou na cama vendo o menino fazer o mesmo. 


- Soou inocente pra mim, sua mente suja. – Riu.


Podemos ir pra cama? Estou desconfortável aqui. – A menina forçou uma voz masculina tentando imitá-lo. 


- Cala boca, Dem. – Joe respondeu tentando não rir. 


Minhas costas doem muito nessa posição. – A menina continuou forçando a voz. 


- Sh, quieta! 


Podemos ir pro sofá agora se você quiser.


- Demi, cala boca! 


Me faça calar. – Ela riu deixando a voz ainda mais estranha.
Sem pensar direito no que estava fazendo, Joe colocou as mãos apoiadas na cama em volta da menina e colou sua boca na dela sentindo Demi enrijecer surpresa. Ainda sem pensar no que estava acontecendo, ele colocou uma de suas mãos na nuca da menina e a outra em sua cintura puxando-a timidamente mais pra perto. Quando passou sua língua pelos lábios dela, sentiu o corpo da menina relaxar e suas mãos irem até sua nuca e fazerem um carinho discreto em seus cabelos.
Aos poucos ele foi deitando seu corpo por cima do dela, até se apoiar com os cotovelos na cama para que não deixasse o peso todo sobre ela. Demi deixou que eu um gemido baixo escapasse por entre seus lábios quando Joe intensificou o beijo e apertou sua cintura com desejo. Suas mãos estavam indecisas entre desceram até as coxas dela ou entrarem por debaixo de sua camisa, mas uma voz em sua mente o lembrou que aquela eraDemi e não uma garota qualquer que ele tinha conhecido em alguma festa do colégio.
Quando a menina desceu uma das mãos até seu peito ele se afastou rapidamente tomando cuidado para não assustá-la de novo. 


- Hum. – Ele falou baixo se sentando novamente na cama. Demi repetiu seu gesto encolhendo as pernas e passando a mão pelo rosto numa tentativa de mostrar pra si mesma que aquilo havia realmente acontecido novamente. – Isso tá ficando meio freqüente. 


- É. – Concordou sem jeito. 


- Minha culpa, eu não sei por que fiz isso. Me desc... – Antes que pudesse terminar a frase, sentiu o peso de Demi jogando seu corpo pra trás enquanto os lábios dela encontravam os seus num misto de insegurança e ansiedade. Sorriu ainda desconcertado e a abraçou pela cintura moldando o corpo dela ao seu.
A menina sentia o coração batendo num ritmo descompassado enquanto as mãos de Joe faziam um carinho gostoso em suas costas e a língua dele brincava com a sua como se não houvesse nenhuma outra coisa no mundo que ele quisesse fazer. Ela não entendia como aquilo parecia tão certo, costumava pensar que era apenas loucura de sua cabeça, apenas mais um sonho a que ela se prendia. Mas ali estava ela, pela terceira vez contrariando todas as vezes que sua mãe lhe dissera que não havia perfeição nesse mundo. Aquilo era. E ela tinha certeza disso.
Joe mordeu lentamente o lábio inferior da menina e o puxou um pouco abrindo os olhos e vendo que ela sorria de olhos fechados. Soltou o lábio dela e deixou que suas bocas roçassem numa provocação boba. Lhe deu um selinho rápido e foi beijando a bochecha, queixo, mandíbula, até chegar ao pescoço da menina. Ele se virou na cama deixando o corpo da menina sob o seu e continuou dando pequenos beijos pelo pescoço dela, aquilo tudo lhe parecia tão convidativo que ele tinha que reprimir seus hormônios e reações rápidas ao mínimo toque de Demi.
O barulho da porta fechando no andar de baixo fez com que os dois se olhassem em pânico. 


- É meu pai! – Demi sussurrou empurrando Joe rapidamente. O menino se pôs de pé em um segundo enquanto a menina ajeitava a blusa amassada. – Sai pela janela. – Falou apavorada.


- Ué, por que eu tenho que sair? – Joe a olhou. 


- Não sei, é melhor sair. Ele vai suspeitar de alguma coisa, eu tenho certeza! Vai logo, Joe. – O empurrou até a janela aberta e agradeceu por já ter parado de chover.
Joe bufou roubando um selinho rápido da menina e saiu pela janela escorregando agilmente pelo telhado e pulando para a grama. Olhou para a janela e balançou a cabeça negativamente amaldiçoando o pai da menina. Além de ser um vagabundo inútil que tratava a filha como se ela não existisse, agora era um empata foda.
Demi sentou na cama pegando o livro aberto e fingindo que lia atentamente. Viu seu pai passar pela porta do quarto dando uma olhada rápida apenas para verificar se ela estava lá e suspirou aliviada. O que tinha acabado de acontecer? 



# End of flashback

Demi terminou de secar o cabelo e deu uma ultima checada no espelho passeando seus dedos entre os fios agora apenas um pouco úmidos. Guardou o secador na gaveta, saiu do banheiro e viu Joe no andar de baixo deitado no sofá assistindo televisão. Se Harte não tivesse ido para casa de Nick, ele certamente estaria deitado no chão fazendo companhia ao dono. 

- Senta aqui. – Joe falou enquanto ela descia as escadas. Sorriu sentando no sofá e colocando uma almofada no colo para que Joe deitasse, quando ele o fez, ela começou a acariciar os cabelos dele.
O celular de Demi que estava jogado no sofá, quase caindo entre uma almofada e outra, começou a tocar fazendo Joe se mexer sem vontade e atendê-lo com menos vontade ainda. 


- Hm, ela tá aqui sim. Quem tá falando? – Perguntou desconfiado. Desde quando algum homem ligava para falar com Demi? 

A menina gelou lembrando-se de Freddie e respirou fundo quando Joe a olhou e lhe estendeu o telefone com uma cara mal humorada. 

- É um tal de Freddie. – Demi concordou pegando o aparelho e engolindo em seco antes de falar.


- Alô? – Sua voz saiu tremida e ela desejou poder sair da sala e ir para algum lugar onde Joe não pudesse ouvir a conversa, mas sabia que isso não ajudaria em nada sua situação. – Oi, Freddie. Tudo bem sim, e você? – Tentou conversar normalmente enquanto Joe, ainda deitado em seu colo, fingia prestar atenção na televisão ligada.
Freddie engatou uma conversa sobre como no dia anterior a irmã dele o havia feito rodar o shopping inteiro atrás de uma bolsa para combinar com o sapato novo, e quando ele perguntou como havia sido o dia dela, Demi apenas desconversou com um “nada de interessante” pouco convincente. Sentiu o estomago revirar quando ele perguntou o que ela faria no dia seguinte. Ela estava cansada de saber a pergunta que vinha após essa, e podia dizer que não estava no melhor momento para escutá-la. 


- Eu acho que nada. – Respondeu sem animo rezando para que Freddie fosse diferente de outros garotos e tivesse perguntado aquilo apenas para ser simpático, mas ele não era. O velho “podemos sair amanhã?” escapou da boca do menino de uma forma tão tímida, que se fosse em outra situação ela certamente iria sorrir. 


- Hm, acho que não vai dar, Freddie. Desculpe. – Respondeu baixo.
Joe a olhou com as sobrancelhas arqueadas e uma expressão revoltada no rosto. O cara tinha acabado do chamar Demi pra sair ou ele estava começando a imaginar coisas? Ela desviou o olhar tentando se focar em um comercial qualquer que passava na televisão. 


- Tudo bem, a gente se fala depois. – Se despediu, desligando o telefone e tentando se preparar para o que viria a seguir.
Para sua surpresa, Joe permaneceu calado, parecendo absorto demais em seus próprios pensamentos. Ela se xingou por não ter lembrado de contar sobre Freddie para Joe, como ela podia ter esquecido?
O silêncio durou no máximo dois minutos. Joe o quebrou quando sua mente começou a bolar 

planos para quebrar a cara de quem quer que fosse Freddie. 

- Freddie? – Perguntou controlando a voz e sem olhar para a menina que ainda mexia em seu cabelo como se nada tivesse acontecido. 


- Hum, é. Acho que esqueci de contar sobre ele. – A culpa em sua voz era quase visível. Joe permaneceu em silêncio, ela achou que deveria explicar. – Ontem eu fui passear com o Harte naquela praça perto daquele brechó e acabei encontrando o Freddie. Você não vai se lembrar dele, mas ele estudava no mesmo colégio que a gente. Ele é moreninho e tem um cabelo bem lisinho. Hoje em dia ele anda com umas roupas bem largadas de skatista, não sei se naquela época já era assim. 


- É, acho que lembro vagamente. – Joe falou a contragosto. – O que ele queria? – Perguntou sem esconder o mal humor. 


- Hm, nada demais. Só conversar. – Mentiu. 


- E desde quando você mente pra mim? – Sentou no sofá encarando a menina que se encolheu no canto. 


- Não to mentindo. - Droga, droga droga! Fala logo a verdade.
Joe bufou se levantando e foi até a janela aberta do loft. Respirou fundo algumas vezes tentando controlar a raiva, por que ela estava mentindo? Que droga tinha acontecido no dia anterior que ela fazia tanta questão de esconder dele? Freddie maldito. Ele se lembrava muito bem do dia em que Freddie o perguntara sobre Demi e brincara sobre ser apresentado a ela. Na época Joe apenas o olhou atravessado, aquilo já era o suficiente para que ele entendesse que deveria ficar longe de Demi, mas ele provavelmente não entendera que aquilo ainda valia até os dias atuais. 


- Eu dei meu telefone pra ele, e ele me chamou pra sair. – A voz baixa da menina o chamou de volta pra realidade. 


- Se ele te pediu seu telefone não era meio óbvio que ele iria te chamar pra sair? – Falou ainda sem olhar pra ela. 


- Claro que não! – A menina se defendeu. 


- Claro que sim, Demi! Quando você está sozinha e um cara pede o seu telefone é porque ele vai te chamar pra sair! 


- E por que droga eu tenho a obrigação de saber isso? Quem sou eu pra entender a mente masculina? – Se levantou jogando a almofada que estava em seu colo para um canto qualquer da sala. 


- E por que droga você não falou que estava comigo? – Joe finalmente se virou pra ela, mas se arrependeu no mesmo segundo. A mágoa no rosto dela o furava como facas afiadas. Demi abriu a boca para responder, mas a fechou quando percebeu que não sabia o que responder. Ela não disse pra Freddie que estava com Joe porque ele não havia perguntado, só isso. 


- Achei que essa coisa toda de primos não importasse pra você. – Joe a olhou esperando que ela tivesse uma resposta dessa vez. 


- Você sabe que não importa e nem nunca importou. – Respondeu magoada. – Não sei por que você tá fazendo esse circo todo, Joe. Eu falei que não ia sair com ele... 


- Mas não disse que estava comigo, ou ao menos que estava comprometida com alguém! – A interrompeu. 


- E em momento algum falei pra ele que estava disponível. – Demi continuou como se ele não a tivesse interrompido. - Eu não devo satisfações à ninguém sobre o meu estado civil. Pra mim não importa que ninguém, além de você e eu, saibamos sobre o que rola entre a gente. – Parou de falar sentindo a respiração mais pesada. – E eu achei que você tivesse dito que não sente ciúmes! – Completou. 


- Não é ciúmes! – Se defendeu. 


- É medo de perder? Pra um cara que eu mal conheço? – Riu irônica. 


- Nenhum cara gosta de ver a garota que ele ama sendo cantada por outro cara pelo simples fato dela não ter dito que tem um namorado! – Respondeu sem a olhar.
Namorado.
A palavra ecoou na cabeça dos dois, não era exatamente o que Joe queria ter dito, mas ele não sabia o quão bom aquilo soava aos ouvidos de Demi. 


- Essa discussão não faz sentido algum, Joe. Eu não comentei com Freddie que estava com você porque ele não perguntou, e mesmo se ele tivesse perguntado eu provavelmente não diria. Não é algo que seja do interesse dele. Agora se você quiser continuar discutindo, vai ter que ficar falando sozinho. – Finalizou sentando novamente no sofá e cruzando os braços emburrada.
Joe a olhou sem conseguir sentir raiva e achou no mínimo fofa a cara emburrada que ela fazia. Ele acabara de brigar com ela por uma coisa estúpida e imatura, havia agido como um garoto mimado e ainda a havia quase magoado. Era por isso que ele odiava esse maldito ciúme, ninguém deveria sentir ciúme. É uma coisa tão mesquinha e idiota que cega qualquer pessoa, mesmo a mais racional.
Caminhou calmamente até a cozinha e encheu um copo de água virando-o de uma vez na boca. Demi continuava no sofá olhando para a televisão com mais atenção do que ela realmente estava. Enrolou um pouco na cozinha sem saber direito o que fazer e resolveu ir sentar ao lado nela no sofá, mesmo que fosse pra ficar calado.
A televisão alta era o único som que prevalecia na sala, Joe suspirou algumas vezes se mexendo incomodado. Ele precisava consertar a besteira que havia feito. 


- Eu tenho ciúmes de você. Muito. Desde sempre. – Confessou com o olhar preso nas imagens da TV. – Acho que eu tinha ciúmes até das nossas mães. Eu sempre queria que fosse eu e você e mais ninguém. Você dizia que eu era maduro e na verdade em relação a você eu sempre fui um garoto mimado e egoísta. – Terminou de falar sentindo um peso sair de suas costas, nunca pensara que um dia seria capaz de confessar aquilo pra alguém, muito menos pra Demi. 


- Sempre soube e sempre fui igual. – A menina falou após alguns torturantes segundos de silêncio.
Joe a olhou sorrindo e passou um braço por sua cintura trazendo-a pra perto dele. Deu alguns beijinhos na bochecha dela, vendo-a se encolher e depois a mordeu com um pouco de força fazendo-a protestar rindo. 


- Canibal! 


- Ninguém mandou você ser gostosa e boa de morder. – Brincou. 


- Não tenho culpa se sou irresistível. – Riu. 


- Desculpe pela discussão, foi realmente sem sentido. Confio em você. – Falou sincero.
Demi o olhou sorrindo e beijou seu nariz. 


- Fico feliz em saber disso. O Freddie é lindo, mas você dá de mil a zero nele. – Demi gargalhou quando o menino fez careta. – Own. – Apertou as bochechas dele. 


- Vai passar Velozes e Furiosos! – Joe quase gritou pegando o controle e aumentando o volume. 



– E é agora! – Comemorou sem perceber a careta que Demi fazia.
Batalha Perdida, pensou. Por que homens gostam tanto desses filmes?
Deitou a cabeça no ombro dele e se conformou que teria que assistir ao filme. 


- Joe. – O chamou ouvindo ele sussurrar um “diga” para mostrar que estava a ouvindo. – Te amo!

– Falou boba. Joe riu baixo. 


- Te amo mais. – Sussurrou em resposta. 

- Vai sonhando! – Beijou o ombro dele e deitou em seu colo sem vontade alguma de prestar atenção no filme, agradecendo mentalmente quando ele começou a fazer carinho em seu cabelo. Aquilo já era o suficiente para fazê-la se desligar do filme e de qualquer outra coisa em sua volta.

- Esse filme tá ficando tão chato. – Demi falou baixo depositando um beijo no ouvido de Joe e mordendo seu lóbulo levemente. – Eu tenho idéias de coisas bem melhores pra fazer. – Sorriu distribuindo alguns beijos pelo pescoço do menino. Joe a olhou com a sobrancelha arqueada. 


- Tipo o quê? – Perguntou, fingindo não entender as intenções da menina. 


- Quer que eu fale ou que eu mostre? – Sorriu de lado vendo Joe repetir a ação e aproximar o rosto do seu. 


- Mostra. – Pediu baixo ouvindo um riso escapar por entre os lábios da menina antes deles grudarem nos seus.
Demi sentou no colo do menino botando uma perna de cada lado do seu corpo e sentiu as mãos dele acariciarem suas coxas e subirem lentamente para sua cintura por debaixo da camisola de seda que ela usava. Ele a apertou mais contra seu corpo e ela sentiu a excitação de Joe ir crescendo ao mesmo tempo em que suas mãos exploravam o corpo dela.
Ele abriu o sutiã da menina ainda por debaixo da camisola, fazendo com que ela partisse o beijo apenas para tirar rapidamente o sutiã e jogar em algum canto da sala.
Joe observou os seios da menina cobertos apenas pela seda fina e mordeu o lábio inferior a desejando ainda mais. Demi sorriu docemente e tocou em seu queixo fazendo-o levantar os olhos e encará-la. Ela beijou seu olho, e desceu lentamente até chegar novamente à boca, prendeu o lábio inferior dele entre seus dentes e o puxou com certa força sentido-o protestar apertando sua coxa e sua cintura e puxá-la para um beijo.
Demi desceu as mãos até a barra da camisa branca que Joe usava e foi subindo-a lentamente, partindo o beijo quando ele levantou os braços para ajudá-la a tirar. No segundo seguinte suas bocas já estavam novamente coladas e suas línguas brincavam uma com a outra. Nada ali era novo, nem o gosto dos beijos, nem os corpos colados, nem mesmo as provocações, eles já se conheciam melhor do que ninguém e ainda assim as sensações que causavam um no outro lhes pareciam novas.
Joe gostava da forma como ela se arrepiava com os toques dele e como ela, de vez em quando, soltava um eu te amo tão baixo que por vezes podia jurar que estava ouvindo coisas. Demi gostava de saber que ele sempre cedia aos caprichos dela, e de como ele se entregava à ela deixando o resto do mundo de lado.
Duas pessoas tão intimas e intensas e que por vezes pareciam ser apenas uma.
As mãos de Joe subiram pelo corpo da menina levando a leve seda junto e segundos depois ela já estava jogada em cima do sofá. Ele observou o corpo praticamente nu da garota em seu colo e deixou que sua mão deslizasse do pescoço dela, passando pelo colo e parando em seu seio. Passou o polegar suavemente por ele e depois depositou um beijo carinhoso no lugar do seu coração. 


Demi passou a mão pelos cabelos dele, afastando-os da testa um pouco suada e sorriu beijando-lhe os lábios suavemente. Sentiu a língua dele procurar pela sua e abriu a boca deixando que ele a provocasse mordiscando seu lábio.
Num movimento rápido, Joe tirou a garota de seu colo e a deitou no carpete da sala. Suas pernas se encaixaram intercaladas com as dela e ele começou a beijar seu pescoço sentindo as unhas dela passarem por seus braços e costas lhe causando arrepios.
Demi mordeu o lábio sentindo a língua quente de Joe em contato com sua pele, enquanto as mãos dele exploravam seu corpo de forma sedutora e desinibida. Seus corpos colados lhe permitiam sentir a excitação do menino que crescia mais a cada minuto que passava enquanto suas mãos iam ficando mais inquietas e indecisas. Ele subiu os beijos para o rosto da menina e parou ofegando e a olhando nos olhos.
Ela conhecia aquele olhar de incerteza dele e podia dizer que não era seu preferido. Era raro ele não estar absolutamente seguro em relação à ela.Demi beijou-lhe os lábios calmamente e se afastou passando a mão em seu rosto enquanto sentia o polegar dele acariciar seu quadril, bem perto da alça de sua calcinha.
Antes que ela pudesse perguntar qual era o problema, sentiu Joe pressionar seus lábios com força contra os dela. Se ela não estivesse acostumada com esses impulsos dele, ela definitivamente teria se assustado. Deixou que ele aprofundasse apressado sentindo sua hesitação ficar mais evidente e já ia separar suas bocas e perguntar o que estava havendo afinal, quando sentiu a mão dele cuidadosamente se movimentar por sua calcinha fazendo-a prender a respiração.
Joe diminuiu a intensidade do beijo sentindo que ela tinha recuado um pouco. Por alguns segundos, ele achou que Demi fosse afastá-lo, mas depois de morder seu lábio inferior, voltou a beijá-lo com intensidade dando-lhe o estimulo que precisava.
Demi encolheu um pouco as pernas, num gesto involuntário ao sentir o toque dele. Encravou as unhas em seu ombro e mordeu o lábio controlando um gemido. Uma sensação desconhecida e prazerosa invadiu seu corpo fazendo-a puxar Joe pela nuca para que seus lábios se encontrassem novamente com os dele e depois de alguns segundos sentiu que haviam prendido as respirações, antes sincronizadas.

Joe tirou a mão de sua intimidade ouvindo um ultimo gemido escapar pelos lábios da menina e a beijou suavemente sentindo-a passar as mãos por sua testa que estava suada e com cabelos grudados.
- Te machuquei? – Ele perguntou baixo a olhando. Demi sorriu levemente e balançou a cabeça negativamente. 


- Eu gostei. – Ela falou quase inaudivelmente e sentindo o rosto ferver. Joe riu baixinho e ela teve a certeza de que estava corando, o puxou pela nuca antes que ele falasse mais alguma coisa e o beijou com força sentindo-o apertar sua cintura e corresponder da mesma forma.
Joe arfou em meio ao beijo sentindo que não poderia agüentar mais tanto tempo entre beijos e carícias. 


- A gente precisa ir pro quarto. – Falou enquanto distribuía chupões pelo pescoço dela. Demi o olhou sem entender. Sorriu malicioso. – Camisinha. – Explicou.
Demi concordou vagamente com a cabeça sentindo seu corpo protestar quando Joe começou a se afastar e o puxou de volta fazendo-o rir em meio ao beijo. Eles se levantaram sem jeito, tentando não partir o beijo e quando finalmente conseguiram ficar de pé, foram às cegas subindo as escadas, parando em cada degrau e rindo dos tropeços.
Quando ela sentiu as pernas encostarem-se à cama, deixou que seu corpo caísse, puxando Joe consigo. Eles riram enquanto se ajeitavam apressados na cama, os dois já sentindo a excitação passando por todas as partes de seus corpos. As duas únicas peças que ainda estavam em seus corpos rapidamente foram parar em algum canto do quarto. Joe abriu rapidamente a gaveta do criado mudo tirando uma camisinha de lá. 


- Deixa que eu boto. – Demi pediu o olhando receosa, mas fazendo com que sua voz saísse firme e segura. Joe lhe entregou a camisinha e ela a colocou enquanto ele depositava pequenos beijos em seu ombro.
Joe começou com os movimentos mais lentos e aos poucos foi aumentando a velocidade sendo estimulado pelos gemidos e suspiros da menina que vez ou outra soltava seu nome baixinho perto de seu ouvido, o fazendo duvidar de alguma vez já ter gostado mais de ouvir seu nome de forma tão encantadoramente apelativa.

Caiu exausto ao lado da menina, ouvindo a respiração dela tão ofegante quanto a sua. A puxou pela cintura fazendo seus corpos ficarem grudados e beijou a ponta do nariz dela.
Demi sorriu passando a mão pelo cabelo suado do menino e botando-o pra trás. Virou-se de frente pra ele e depositou um beijo leve e rápido em seus lábios. Ele sorriu a abraçando pela cintura, ainda mantendo o contato visual.
Aos poucos a menina foi sentindo os olhos irem ficando mais pesados, e seu esforço para manter os olhos abertos e continuar observando Joe ir ficando mais inútil. 


- Dorme. – Joe falou baixinho a apertando mais contra si e beijando-lhe a testa suavemente. 


- Você me cansa muito, isso é injusto. – Demi falou baixo se aconchegando nos braços dele. Joe gargalhou achando incrível a inocência que ela conseguira dar aquela frase. – Eu que deveria ficar acordada vendo você dormir. – Completou. 


- Tenho certeza que haverá outras oportunidades para você, agora dorme e, por favor, não ronque tanto. – Brincou recebendo uma tapinha de leve no braço. A respiração dela que batia em seu pescoço, aos poucos foi ficando mais calma e antes que ele pudesse ter certeza que ela já estava dormindo, caiu no sono. 





Continua...


Nossa esse foi grande kk comentem ta !


Ps: Lala muito obrigada pelo selinho flor eu to meio sem tempo de postar agora mais depois eu posto ok ?! :D

15 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. ahhhhhhh ,amei !! Hot Jemi =)))

    lindo , se isso não é perfeição eu não sei o q é !!!!

    posssssssssssssssssssssta logooooooooo

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  3. d nada *-*.. ñ precisa se preocupar.. q cap lindo... oh faça q eles esqueçam da camisinha.. se é q me entende kkkkkkkkk 66 bjs

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  4. PERFEITO
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    Eles são muito fofos!!
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    BeiJemi

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  5. nossaaa kk postaa logooooo

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  6. Oie de novo =)))

    Selinho pra vc amore XD

    http://jemilovely.blogspot.com.br/2012/07/selinho-da-juh.html

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  7. Posta logo!!!!! Tá perfeito! bjooooo ;*

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