Sentiu uma mão apertando seu ombro e olhou para o garoto ao seu lado. Nick sorriu dando uns tapinhas nas costas dele e pareceu falar alguma coisa, mas ele não prestou muita atenção, apenas sorriu e voltou a apertar a almofada.
- Qual é o problema dele? – Ouviu uma voz falar, mas não quis virar e ver quem era.
- Sei lá. Nervoso? – Reconheceu a voz de Nick.
- Vocês são os próximos. – Outra voz desconhecida entrou no camarim.
- Certo, a gente consegue! – Chris falou, otimista como sempre.
Joe finalmente resolveu olhar ao redor e viu que seus companheiros de banda já estavam de pé pegando os instrumentos e dando uma última checada no espelho. Respirou fundo antes de fazer a mesma coisa e logo depois ouvir a porta ser aberta e alguém gritar que eles tinham que ir para o palco.
Caminharam pelos corredores do backstage, vez ou outra se entreolhando e sorrindo meio idiotas, sem saberem direito o que fazer.
- Cinqüenta mil pessoas. – Joe repetiu o que Richard havia lhes falado antes saírem do camarim.
- Mais que isso! – Kevin corrigiu. – Cara, vamos tocar para mais de cinqüenta mil pessoas. – Gritou. Os outros três riram para esconder o nervoso.
Não era o primeiro show do McFLY, nem o segundo muito menos. Mas sem dúvidas eram o maior que já haviam feito até aquele momento. Nos últimos meses eles vinham se apresentando para pequenas audiências e chegaram até a ir a um programa de televisão local, mas não passou por suas cabeças que um dia tocariam para aquela quantidade de pessoas. Claro que não era um show só deles, era um festival com várias outras bandas, mas a sensação era a mesma.
O primeiro single havia sido lançado dois meses antes e o segundo há apenas uma semana, seria a primeira vez que tocariam a música ao vivo. Haviam ensaiado o suficiente e sabiam disso, estavam mais que prontos para aquela apresentação. O álbum estava pronto para ser lançado em uma semana e pelo que os dois primeiros singles mostravam, ele seria um sucesso imediato.
Finalmente subiram ao palco, debaixo de gritos e aplausos ensurdecedores. Joe observou a quantidade de garotas que se espremiam na primeira fila e depois foi percorrendo o olhar por todos aqueles rostos desconhecidos. A sensação de estar diante de tantas milhares de pessoas era única e ele podia jurar nunca ter imaginado nada igual.
Eles começaram a tocar o primeiro single e ficaram impressionados ao ouvir as milhares de vozes cantando junto. Vez ou outra se entreolhavam, ainda sem acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo. Os flashes de câmeras pareciam não ter fim, assim como os gritos que em momento algum pararam.
Joe ouviu uma garota na primeira fila gritar seu nome e a olhou, sorrindo agradecido, fazendo-a ficar ainda mais histérica. Ele tinha mesmo esse efeito nas garotas? Estava acostumado a ter apenas uma lhe dizendo o quão lindo ele era, mas nunca acreditara realmente.
Tão rápido quanto começou, o show terminou. Com um total de oito músicas e infinitos gritos, eles saíram do palco, satisfeitos com o resultado.
- Surreal. – Nick conseguiu definir a experiência em apenas uma palavra. Os outros concordaram, com resmungos, cansados demais para falar mais alguma coisa.
Os gritos histéricos de milhares de garotas ainda zuniam no ouvido de Joe. No caminho até o camarim, ele se pegou cutucando o ouvido, tentando fazer aquele barulho ir embora.
Jogaram-se no sofá e nas cadeiras espalhadas pelo camarim e beberam as garrafas de água em silêncio. Todos suavam e estavam extasiados demais para comentarem sobre a experiência. Vez ou outra, olhavam ao redor, ainda tentando se localizar e entender tudo que vinha acontecendo nos últimos meses.
Mark entrou apressado no camarim, chamando a atenção dos garotos e sorriu, parabenizando-os pelo show.
- Algumas fãs estão do lado de fora do estacionamento esperando uma mínima chance de ver vocês e tirar algumas fotos. Se vocês não estiverem cansados demais...
- De forma alguma. – Chris foi o primeiro a falar. – Elas foram incríveis hoje.
- Certo, quando quiserem, estarei do lado de fora. Não são muitas, mas a segurança foi reforçada. – Mark deu de ombros e saiu da saleta.
Os quatro ficaram uns instantes em silêncio enquanto tentavam controlar a ansiedade e se preparavam para possíveis mais gritos histéricos. Joe fez uma careta, cutucando novamente o ouvido, tentando fazer o zunido ir embora.
- Vamos nessa. – Nick se levantou e foi seguido pelos três amigos.
Ao sair pela porta que dava acesso ao estacionamento, já puderam ouvir alguns gritos. Riram, sem saber como reagir a todo aquele histerismo. Até dois meses antes eles eram apenas quatro amigos com um sonho, agora eram tratados como rockstars e as garotas surtavam só de vê-los.
- Groupies. – Kevin falou baixo no ouvido de Joe e apontou discretamente para três meninas que, diferente das fãs, estavam dentro do estacionamento. – Cara, nós temos groupies. – Riu, dando um tapinha nas costas do amigo.
Joe sorriu e balançou a cabeça negativamente, sem acreditar que havia realmente três garotas sorrindo maliciosamente para eles.
- Joe! – Uma das fãs gritou, passando os braços pelas grades e lhe estendendo um bloquinho e uma caneta numa mão e uma máquina fotográfica na outra. – Oi! – Ela mal conteve a empolgação quando ele se aproximou.
Sem saber direito o que fazer, ele sorriu e assinou o bloco. Havia treinado alguns autógrafos, mas poucos lhe agradaram, acabou optando por um mais fácil e básico, sabia que teria de ser rápido em alguns momentos.
- Tira uma foto?
- Claro. – Sorriu, pegando a máquina da mão da garota e chegando mais perto dela. – Prontinho. – Disse, após o flash quase cegá-lo.
- Brigada!
Depois daquela veio outra, e depois mais outra e então mais outra e quando se dera conta, já estava com o pulso doendo e a cabeça girando por causa dos flashes. As garotas foram se dispersando lentamente, até restar apenas as três do lado de dentro do estacionamento. Trocou um olhar com Kevin e, mais uma vez, balançou a cabeça negativamente. Sabia o que o amigo estava pensando.
- Vamos, cara. – Ele lhe deu um tapa, nada simpático no braço. Joe sorriu, mas não fez movimento algum. – Quatro meses, Joe. Quatro meses desde aquela carta. Segue em frente, cara.
- Eu não... – Respirou fundo, sem saber como completar a frase. – Não é isso. – Deu de ombros. – São só groupies. São fáceis. Não tem graça.
- Acredite, você não está em condições de exigir uma garota difícil. – Kevin riu. – Quanto tempo mesmo desde a ultima vez em que você usou seu amigão ai? – Apontou para o meio das pernas de Joe.
- Eu...
- Sozinho não vale. Com uma mulher! – Joe deu de ombros e observou Nick e Chris conversarem animadamente com Mark. Desejou estar com eles e não precisar ouvir as palavras duras de Kevin.
– A Demi seguiu em frente... – Ele ainda podia sentir o coração acelerar apenas com a menção do nome dela, ainda sentia a dor escondida muito no fundo. – Agora é a sua vez.
- Oi. – Ouviu uma voz feminina atrás de si e se virou respirando fundo.
Ele não sabia como havia chegado até o quarto. Não lembrava de subir o elevador. Não lembrava de ter aberto a porta. Não lembrava nem mesmo o nome da garota que distribuía chupões pela pele do seu pescoço e peito. Fora tudo no automático.
Sentia a língua quente da garota fazer caricias maliciosas em todas as partes descobertas do seu corpo. Sua camisa, que ele nem sentira ser retirada, estava no chão. Podia sentir as mãos ansiosas dela abrindo o zíper de sua calça, explorando seu corpo sem pudor.
- Joe. – Ela sussurrou, mordiscando seu lóbulo.
Pela primeira vez percebeu que seus braços estavam estendidos ao lado do corpo, sem tocá-la. Engoliu em seco e a abraçou com cautela.
Surpreendeu-se mais uma vez ao ser jogado na cama e ver o sorriso malicioso nos lábios dela. Ela estava apenas de calcinha e sutiã e ele não conseguia lembrar se havia a despido ou ela havia feito esse serviço.
Observou o corpo dela deitar-se em cima do seu e reparou nas curvas incríveis que ela possuía. Por que então seu corpo não estava respondendo a nenhuma daquelas caricias?
Virou o corpo dela, fazendo-a ficar por baixo e a olhou nos olhos, vendo nada além de desejo refletido neles. Beijou-a com força, tentando de qualquer forma se concentrar no que estava fazendo e não nas coisas que Kevin havia dito mais cedo.
“A Demi seguiu em frente. Agora é a sua vez.”
- Joe. – A voz alta da garota o despertou. – Você tá me machucando. – Ela empurrou suas mãos e só então percebeu na marca vermelha na cintura dela.
- Desculpe. – Sussurrou.
Ela não pareceu ligar para o machucado, já que na mesma hora voltou a beijá-lo com intensidade.
Joe percorreu as mãos pela curvatura da cintura dela até suas coxas torneadas. Não conseguia acreditar que uma garota com aquele corpo não o estava deixando excitado. Aquilo não acontecia com ele. Não deixaria acontecer.
“O nome dele é Jared, e ele é realmente um cara encantador.”
Soltou um grunhido frustrado e desviou os lábios para o pescoço e o colo da menina. Aquilo iria deixar sua mente ocupada. Os gemidos dela em seu ouvido precisavam o distrair.
“Eu e Makedde ganhamos outra bolsa de estudos, vamos ficar mais um ano por aqui.”
Que droga estava acontecendo? Em todos os quatro meses que havia passado desde que recebera a carta, havia conseguido bloqueá-la de sua mente. Não conseguia lembrar-se direito das palavras dela nem quando se esforçava. Por que droga todas as frases estavam voltando agora? Logo agora...
Sentiu a mão da garota dentro de sua boxer e pôde ouvi-la resmungar algo incompreensível.
- Joe. – Ela o olhou e sorriu, debochada e frustrada. – Você não tá excitado.
Ele balançou a cabeça e voltou a chupar o pescoço dela com vontade. Claro que ele estava excitado. Ele precisava estar excitado.
Procurou pelos lábios dela e a beijou com uma grosseria que ela interpretou como excitação. Joe tirou rapidamente o sutiã dela e observou seus seios nus, esperando que, de alguma forma, aquilo ajudasse em sua situação. Colou seu corpo ao dela e deixou que suas mãos explorassem aquele campo desconhecido.
“Não sei como tudo vai ser a partir de agora, mas a única certeza que eu tenho no meio de tudo isso é você.”
Sentiu vontade de gritar, de bater em si mesmo, de se espancar. Não podia acreditar que sua mente o estava traindo daquela forma.
- Joe, não dá! – A garota o afastou. – Não vai rolar.
- Claro que vai. Eu só preciso...
- Você precisa ficar excitado, é só isso que você precisa. E pelo visto isso não vai acontecer. – Ela o empurrou e ele se deixou cair pesadamente ao lado dela na cama. – Não se preocupe, não vou contar isso pra ninguém.
Ela estava mentindo, ele sabia disso. Pegou um dos travesseiros e o apertou contra o próprio rosto. Gritou. Uma. Duas. Três vezes. Até ouvir a porta do quarto fechar com um baque surdo.
Arremessou o travesseiro pelo quarto e ouviu algo de vidro cair no chão e se partir em mil pedaços.
Não se levantou para ver o que era. Não importava. Desejava apenas poder fazer a mesma coisa com seu corpo traidor.
# Flashback (1 ano antes)
Caminhou pelo shopping já apinhado de gente por causa do horário de almoço. As pessoas passavam apressadas por ela, todas tinham horário para voltar pro trabalho, ou algum outro compromisso importante.
Chegou à loja e cumprimentou as vendedoras e Beth, a gerente que ficava no caixa. Entrou na porta escondida no fundo da loja e encontrou Tina já trocando de roupa.
- Movimento tá pesado hoje. – Comentou.
Demi sorriu concordando enquanto abria o armário e pegava a roupa separada com seu nome.
- Final do ano ta chegando. Daqui a pouco é Natal. – Falou distraída.
Tirou a roupa que estava vestindo, já acostumada a trocar de roupa na presença de outras garotas. Colocou o vestido cinza que todas as vendedoras usavam e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo arrumado.
- Bom, vou indo. – Tina anunciou. – Boa sorte e boas vendas, Dem. – Demi sorriu agradecida, vendo a garota sumir pela porta.
Terminou de se arrumar, calçou as sapatilhas pretas e voltou para a loja.
Há duas semanas havia conseguido aquele emprego. Era temporário, só até se formar no ensino médio. Estava cansada de ter que depender da boa vontade do pai para conseguir dinheiro. Por sorte aquele trabalho se ajustava ao seu horário e pagava razoavelmente bem.
- Boa tarde. Posso ajudá-la? – Sorriu simpática para uma senhora bem vestida que aparentava ter em volta de quarenta anos.
Já havia pegado o jeito de atender os clientes, não era difícil e nem exigia muita técnica. Bastava ser simpática e sorrir sempre. Além de ter paciência.
Depois de experimentar seis vestidos, a senhora saiu da loja de mãos vazias e dizendo que ia dar uma olhada pelo shopping.
Pois é. Muita paciência.
Tina estava certa sobre o movimento estar pesado. Pessoas entravam e saiam da loja, algumas apenas olhavam, outras pediam para experimentar algumas coisas, as mais consumistas saiam com até três sacolas e um sorriso satisfeito no rosto.
Demi observou o relógio e agradeceu quando percebeu que faltavam apenas cinco minutos para o seu horário de lanche.
- Oi. – Ouviu uma voz conhecida e surpreendeu-se a dar de cara com Joe. Sorriu e pediu que ele esperasse alguns minutos.
- Seu namorado? – Suzi, uma senhora de sessenta e poucos anos e cliente fiel da loja a olhou com um sorriso revelador no rosto.
Demi sorriu quase sem querer, mas negou balançando a cabeça.
- Não é o que parece. – Suzi cantarolou.
- É complicado. – Confessou, quase num sussurro.
- Então descomplique. Vocês são jovens demais para perderem tempo com relacionamentos complicados. – As duas sorriram, cúmplices.
- Acho que a senhora vai adorar a nova coleção. Posso buscar alguns...
- Quando eu disse para descomplicar, quis dizer agora! Vá logo, posso me virar sozinha aqui. E me chame de Suzi, já disse que me sinto velha quando me chama de senhora.
- Mas Suzi...
- Mas nada. Vá logo antes que eu reclame de você para Beth. – Suzi sorriu, empurrando delicadamente a garota e voltou sua atenção para a arara de roupas.
Demi riu sozinha e caminhou até Joe.
- Vim dar uma olhada. – Ele comentou, apontando ao redor da loja.
- Joe, você sabe que a loja é de roupas femininas. – Ela arqueou a sobrancelha, fazendo-o corar levemente.
- Ok, eu me rendo. – Riu. – Você pode sair agora?
- Hm, poderei em... – Olhou o relógio. – Trinta e quatro segundos.
Joe revirou os olhos, fazendo-a rir.
Demi procurou Beth pela loja e quando a encontrou, apontou para a porta, dando a entender que iria lanchar. Beth concordou, apontando o relógio, deixando claro que não era para ela se atrasar por causa do movimento na loja.
Sentou na cadeira em frente a de Joe e colocou a bandeja com um sanduíche natural e um suco na mesa que os separava. Só quando sentira o cheiro de comida, se dera conta do quão faminta estava. Mal havia almoçado e seu café da manhã havia sido três torradas com geléia e uma pequena xícara de capuccino.
Antes que Joe falasse qualquer coisa, mordeu um grande pedaço do sanduíche e saboreou em silêncio, observando Joe a olhar com atenção.
- Pode falar. – Disse, com a boca cheia.
- Você ta comendo.
- Eu ouço com o ouvido, não com a boca.
Joe deu de ombros e coçou a cabeça, um pouco desconfortável. Demi o olhou sem entender. Ele nunca a havia visitado no trabalho, apesar de saber a loja em que ela trabalhava e o horário em que estava lá.
- Como você tá? – Ele finalmente falou.
Demi tomou um gole do suco e limpou a boca com o guardanapo. O olhou por alguns segundos antes de responder.
- Hm, bem. Normal. E você?
- Tudo bem.
A menina concordou com um aceno de cabeça e voltou a comer seu sanduíche. Ele havia ido até lá para perguntar se ela estava bem?
- E o trabalho?
- O que tem o trabalho?
- Tá tudo bem por lá?
- Joe. – Ela sorriu. Colocou o sanduíche na bandeja e o olhou, pensativa. Ele a encarou de volta, em silêncio. – Ta tudo bem comigo, com o trabalho, com o colégio, com meu pai. Tá tudo bem com tudo. Agora você pode me dizer por que veio até aqui e está agindo todo estranho?
- Não estou agindo estranho. – Deu de ombros.
Demi riu, mas não contestou. Se ele quisesse falar, falaria. Voltou a comer tranquilamente seu sanduíche e consultou o relógio, notando que quase dez minutos já haviam se passado desde que saíra da loja. Olhou ao redor e notou o movimento intenso, quanto mais o Natal se aproximava, mais o shopping ia enchendo.
Joe pigarreou, chamando sua atenção de volta pra ele e sorriu.
- Você anda sumida. – Falou, brincando com uma tampa de garrafa que estava em cima da mesa.
– Com o último ano do colégio, o emprego e tudo mais. Você meio que... some.
Colocando o último pedaço do sanduíche na boca, Demi sorriu, entendendo o que ele queria dizer.
- Você sente minha falta.
- Sinto.
- Não foi uma pergunta. – Riu.
Joe levantou os olhos para encará-la e viu o sorriso doce e infantil que brincava nos lábios dela. Estendeu o braço sobre a mesa e pegou a mão dela, entrelaçando seus dedos e sentindo a quentura e maciez da pele dela.
- Também sinto a sua falta.
Ela terminou de tomar o suco, sem soltar a mão dele, que fazia um carinho gostoso e reconfortante na sua.
Levantaram da mesa e andaram sem prestar muita atenção para onde estavam indo. Estavam apenas aproveitando a companhia um do outro, sem dar muita importância para qualquer outra coisa. Vez ou outra Demi checava o relógio, desejando que apenas por aqueles minutos, os ponteiros se movessem mais devagar.
Joe parou em frente a uma loja de vestidos pra festa e observou a vitrine.
- Você já escolheu o seu?
- Pra quê? – O olhou, sem entender.
- Pra sua formatura. – Falou, como se fosse óbvio.
Demi deu de ombros, indiferente.
- Não vou pra minha formatura. Posso pegar o diploma no colégio, sem precisar passar por nenhum tipo de constrangimento social.
- Tá falando sério? – Joe a olhou, incrédulo. Ela apenas deu de ombros, novamente mostrando sua indiferença. – Não vou deixar você perder sua formatura.
- E o que você vai fazer? Me obrigar a ir?
- Se for preciso, sim. Vem comigo. – Ele a puxou pela mão e a fez entrar na loja.
- Joe, preciso voltar pro trabalho. Me solta!
- Olá, boa tarde. – Joe cumprimentou a vendedora, ignorando Demi e a força que ela fazia para soltar a mão dele. – Ela quer ver alguns vestidos para a formatura dela.
- Não, não quero!
Joe fez um gesto com a mão, pedindo que a vendedora também a ignorasse.
- Pegue os mais bonitos que você tiver. Nada curto e nem decotado demais. Tem preferência por alguma cor? – Ele finalmente a olhou.
Demi o fuzilou com o olhar e tentou mais uma vez soltar a mão dele, sem sucesso.
Finalmente soltou um suspiro cansado e se rendeu.
- Nada rosa. – Falou, olhando para a vendedora. E depois virou-se para Joe. – Se eu perder o emprego a culpa é sua!
Ela não precisou experimentar mais do que quatro vestidos para achar o que queria. Quando o vira fora do corpo, não achara grande coisa, mas agora que olhava seu reflexo no espelho, sabia que aquele era o escolhido.
Abriu a porta do enorme provador e viu Joe abrir a boca algumas vezes antes de conseguir emitir qualquer som.
- Uau!
Demi sorriu, satisfeita. Aquele era seu vestido, não seria capaz de escolher qualquer outro, não queria nem mesmo tirá-lo do corpo. Era tão macio e deixava seu corpo tão incrível e cheio de curvas que podia jurar que aquele vestido era milagroso.
Depois de cinco minutos, resolveu tirá-lo de uma vez, já estava atrasada demais para voltar pra loja e só estava perdendo tempo ali. Levaria aquele, não precisaria nem pensar.
- Joe, pode me ajudar a tirar? Estou com medo de rasgar.
Abriu a porta, deixando-o entrar no provador e virou-se de costas para ele.
Joe mordeu o lábio inferior, observando o decote em V nas costas, deixando sua pele a mostra. Tão tentadora quanto qualquer outra parte de seu corpo.
Sem conseguir resistir, deslizou o dedo desde sua nuca, até a parte em que o vestido cobria. Ouviu Demi suspirar e pôde sentir que ela estava arrepiada. Abriu o pequeno zíper, logo abaixo do decote e desceu lentamente as alças de strass do vestido. Sua boca foi de encontro a pele descoberta dela, fazendo-a soltar um gemido muito baixo, quase inaudível. Deslizou as mãos pelos braços dela, enquanto sua boca percorria lentamente a nuca apelativa dela.
Demi virou-se lentamente, até ficar de frente pra Joe. Observou os olhos dele passearem por seu colo quase descoberto e sua boca ir de encontro a seu ombro nu. Deixou que um suspiro pesado saísse por sua boca. O que estava acontecendo ali? Tanto tempo se passara desde a última vez em que haviam estado juntos. Agora a língua dele acariciava seu pescoço, e ela não sabia se o pouco de sanidade que lhe restava conseguiria impedir que algo mais acontecesse.
Joe desceu um pouco mais as alças de vestido, mantendo seus olhos atentos nos seios quase descobertos dela. Só mais um pouco e ele não seria mais capaz de responder por seus atos.
- Senhor? – A voz da vendedora pareceu os acordar.
Demi se virou subitamente e subiu as alças do vestido. Joe bateu as costas contra a parede e passou a mão pelos cabelos.
- Só um instante. – Sua voz estava trêmula. – Eu acho que o zíper do vestido prendeu.
- Sem problemas.
Joe esperou apenas um minuto, não dava tempo de recuperar por completo sua sobriedade, mas sabia o que as vendedoras deviam estar pensando. Saiu do provador, sem olhar para Demi e foi até o caixa.
- Hm, obrigada pelo vestido. – Demi parou em frente a loja, vendo Beth a fuzilar com o olhar.
- Sem problemas. Desculpe por ter feito você se atrasar.
Os dois se olharam em silêncio, ainda cautelosos e sem saber direito como agir.
- Bom, preciso ir. A gente se fala depois.
- Certo.
Com um beijo desajeitado na bochecha, eles se despediram.
Demi observou ele se afastar e deixou seus ombros despencarem. Aquilo tinha mesmo acontecido?
# End of flashback
A música alta estava começando a incomodá-la. O fato de Makedde não lhe dar a atenção também estava começando a chateá-la. Para piorar, Jared havia encontrado uma velha amiga e agora estava em pé ao seu lado, conversando animadamente.
Uma garrafa de cerveja estava entre suas mãos, não era a primeira, e definitivamente não seria a última. Mais cedo, ela e Mak haviam apresentado um trabalho importante do curso e agora, supostamente, elas deviam estar comemorando.
Bem, Makedde estava, mas não com ela. Estava ocupada demais enfiando a língua na boca de Pete, seu quase namorado, como ela mesma dizia. Makedde não estava pronta para um namoro sério, Demi sabia disso.
Bebeu um gole da cerveja e tentou se concentrar na letra da música que tocava. Acompanhou o ritmo com os pés e desejou ter uma pista de dança por ali, apenas para fazê-la esquecer do curso, e da falta de atenção de sua amiga e de seu namorado.
Jared finalmente sentou na cadeira ao seu lado e passou o braço por seus ombros. Ela se afastou um pouco, sem paciência para ouvi-lo falar sobre a conversa hilária que acabara de ter.
- Tá chateada? – Ele perguntou, puxando-a mais pra perto. Ela deu de ombros, bebendo mais um gole da cerveja. – Desculpe não ter te dado muita atenção. Fazia muito tempo que eu não via a Daisy.
- Não tem problema. – Sussurrou.
Deitou a cabeça no ombro dele, se perguntando que tipo de comemoração era aquela. Não podia dizer por Makedde, ela sim parecia estar comemorando.
- Arrumem um quarto! – Reclamou, amassando um guardanapo e jogando no meio do casal que se agarrava em sua frente.
- Faça o mesmo ao invés de reclamar. – Makedde a olhou e sorriu.
- Quando eu quiser fazer o mesmo, irei para um quarto!
- Certo, vamos para um quarto. – Mak se levantou, puxando Pete pela mão.
- O quê? Não! – Demi a olhou, sem acreditar. – Mak, é a nossa comemoração. Deu tudo certo no trabalho hoje, estamos aqui para comemorar, lembra?
- Dem, amiga, com todo o respeito. Você sabe que eu te amo e tudo o mais, mas você parece mais estar em um funeral. – A sinceridade de Makedde, de alguma forma, ainda conseguia surpreender Demi.
- Mak... – Tentou argumentar.
- A gente comemora amanhã, certo? Só nós duas. Nós duas, um balde de pipoca, um pote de nutella e Vin Diesel. O que acha?
Demi concordou, mesmo emburrada e sem vontade. Nutella e Vin Diesel, como podia dizer não?
Quando Makedde e Pete os deixaram sozinhos, Jared também começou a dar sinais de que queria ir embora. Não falava muito e vez ou outra beijava carinhosamente o pescoço de Demi. Ela sabia que ele podia ser extremamente dengoso quando queria alguma coisa.
O olhou e sorriu, selando os lábios rapidamente nos dele. Não estava mesmo em clima para comemorar nada. Estava cansada e sua mente implorava por um pouco de descanso e silêncio.
- Quer ir embora? – Perguntou, já sabendo a resposta. Jared sorriu confirmando.
Pagaram a conta e caminharam de mãos dadas até o carro dele, aproveitando a tranqüilidade da rua e o vento frio que soprava.
A viagem até o flat de Demi não era longa. No máximo vinte minutos.
Jared estacionou perto da entrada e eles saltaram do carro. Demi o olhou, tentando entender por que ele estava subindo junto com ela, mas não foi preciso pensar muito para descobrir. Quando entraram no elevador, os lábios dele encontraram os seus. Um beijo gentil, mas que ela sabia que estava carregado de segundas intenções.
Estavam juntos há mais de seis meses e ele sempre respeitara seu espaço e seu tempo, mas de uns tempos para cá, ela vinha percebendo as indiretas não ditas por ele. Jared tinha um jeito mais sutil de dizer o que queria, pois sabia que ela podia entender os sinais.
Fechou a porta do apartamento com dificuldade, a língua de Jared em seu pescoço dificultava o processo e a desconcentrava. Deixou que ele tirasse sua jaqueta e procurasse faminto por seus lábios.
A sutileza ainda estava presente, mas agora ela se misturava a excitação e a vontade. As roupas trilhavam um caminho pela sala até o quarto. Caíram na cama, sem se desgrudarem, usando apenas as roupas intimas.
As mãos de Jared ainda eram cautelosas por seu corpo, como se estivessem esperando por algum sinal negativo dela. Bastava que ela o afastasse, que ele pararia. Mas ela estava cansada de evitar aquilo. Estava pronta, queria que aquilo acontecesse.
Puxou os cabelos da nuca dele e procurou por seus lábios, esperando que ele entendesse o sinal e seguisse em frente. Em pouco minutos seu sutiã estava jogado no chão do quarto e tudo que podia ouvir eram seus gemido misturados com os dele.
A boca de Jared passeava por seu corpo enquanto suas mãos seguravam firmemente suas coxas. Podia sentir as gotas de suor em sua nuca, a única corrente de ar que entrava no quarto vinha de uma fresta da janela. A luz da lua era a única iluminação do quarto. Fechou os olhos por alguns instantes, mas depois desejou não ter o feito.
“- Dança comigo?
- Dançar? – O olhou, confusa.
- É, dançar. Se movimentar de um lado pro outro, sabe? – Ele brincou. – O som ainda tá ligado, vou aumentar e a gente vai dançar a música que estiver tocando.
- E se for um metal? – Fez um gesto com as mãos, imitando metaleiros. Joe riu e deu de ombros.
Quando o som tomou conta do loft, perceberam que era uma música Maroon 5 terminando. Demi sorriu quando a introdução da outra música começou a tocar.
- John Mayer, bem na hora. – Abraçou Joe, encaixando o rosto na curva do pescoço dele. – Isso não foi programado, né? – O olhou.
- Nem que eu quisesse. – Sorriu, selando seus lábios nos dela.”
Abriu os olhos assustada, a respiração descompassada não era por causa das caricias de Jared. Sua mente havia vagado para muito longe dali.
- Você é tão linda. – Jared sussurrou, selando os lábios nos dela.
Demi nem foi capaz de fechar os olhos, estava com medo de acontecer de novo. Segurou os braços de Jared, tentando se concentrar no que estava acontecendo naquele momento e esquecer o que havia acontecido muito tempo antes.
Viu o namorado tirar a cueca e depois, lentamente, tirar a única peça de roupa que ainda cobria seu corpo. Sentiu-se desprotegida diante do olhar dele. Um olhar cheio de admiração e desejo, um olhar que qualquer mulher desejaria, mas naquele momento ela só queria que sua barreiras levantassem novamente. Queria não estar tão exposta.
“- Podemos ficar assim até a hora do meu vôo? – Demi brincou.
- Podemos ficar assim até quando você quiser.”
Uma lágrima teimosa desceu por sua bochecha, mas não conseguiu percorrer todo o caminho. Jared beijou a lágrima e limpou seu rosto.
- Estou te machucando? – Perguntou, ofegante.
Demi engoliu em seco, segurando todas as outras lágrimas teimosas que queriam cair. Sentia Jared investir com força e o corpo suado dele roçar no seu.
- Não, não. – Tentou sorrir, tranqüiliza-lo.
Desejou ter alguém para tranqüilizá-la.
Desejou que aquela noite não estivesse acontecendo.
Desejou poder vê-lo. Mais ainda, desejou que fosse ele ali com ela.
Se fosse ele, não estaria desprotegida.
Se fosse ele, não impediria que suas barreiras caíssem.
Se fosse ele, não estaria vazia.
Se fosse ele. Ah, se pudesse ser ele...
Continua...
Espero que tenham gostado meninas ps: to amando os comentários de vocês kk.
Divulgando:
jemi-youremystarsostaystrong.blogspot.com
Divulgando:
jemi-youremystarsostaystrong.blogspot.com
OMG' faz logo a Demi voltar please !
ResponderExcluirCoitado do Joe kkkkkkkkkkkkkkkkk'
Enfim, eu amo sua Fic *-------*
Você escreve perfeitamente bem, sempre estou acompanhando :D porfavor não para! Eu te admiro muito :)
A fic é perfeita em todos os sentidos ♥
Porfavor faz a Demi voltar para o Joe logo :'(
Beijemi :*
eu sei q faz parte da fic .. e tem q acontecer .. mas me da um desanimo saber q JEMI ta separado =/// fico até triste !
ResponderExcluirposta logo
Diz que a Demi não vai engravidar do Joel :S ! Diz que o Joel usou camisinha :S Diz que a Demi vai voutar logo pro Joe !
ResponderExcluir~esperniando !
rsrsrs'
ai caramba quando a demi vai voltar eu to morrendo de ansiedade não dmore pra posta please. eu não gostei nem um pouco desse jared.posta logo
ResponderExcluirps:o proximo é o penultimo ou o ultimo capitulo?
Eu quero que a Demi volte loogo! :(
ResponderExcluirTadinho do Joe...
ELES TEM QUE FICAR JUNTOOOOOS! :'(
Posta logo!!
Nossa! Tô com pena dos dois.
ResponderExcluirEla tem que voltar logo.
Posta logo!
AHH MEU DEUS ISSO É TÃO TRISTE.COITADINHO DELES :( SERIO DA UMA PENA :'( POSTA LOGO TA BJS.
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